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Democracia burguesa

Mandela e o apartheid, mais um atestado contra a frente ampla

O governador Flávio Dino (PCdoB) utilizou o exemplo da África do Sul para demonstrar a suposta eficiência da aliança com a direita

Em artigo publicado pelo jornal O Globo no dia 23 de julho, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), utilizou o exemplo da África do Sul para justificar a suposta eficiência da “frente ampla” — isto é, a aliança entre golpistas e a esquerda. O texto, intitulado “Caminhar com Mandela”, apresenta os seguintes argumentos:

“Quando Nelson Mandela ficou livre de arbitrária prisão na África do Sul, ele priorizou uma tarefa: liquidar o apartheid. Para isso, como ele escreveu na sua autobiografia, o seu partido CNA deveria ser, naquele momento, uma generosa tenda a acolher diversas correntes políticas. Nenhuma diferença poderia ser mais importante do que acabar com o apartheid. O pensamento progressista no Brasil precisa refletir sobre o exemplo de Mandela”.

De fato, a política de Nelson Mandela para a África do Sul tem muita semelhança com a que Flávio Dino quer levar adiante no Brasil. Contudo, o que chama bastante a atenção é que a eleição e o governo de Mandela são péssimos exemplos para quem quer defender a “frente ampla”. A frente entre a esquerda e a direita não obteve êxito em lugar algum do mundo, e o caso da África do Sul é apenas mais um desses fracassos.

Nelson Mandela era uma liderança importante da esquerda sul-africana antes de ser preso, no início da década de 1960. No entanto, enquanto Mandela permaneceu nada menos que 27 anos na prisão, a situação política mudou bastante, assim como o próprio Mandela. Em 1990, quando Mandela foi enfim libertado, a África do Sul havia ingressado em uma etapa pré-revolucionária. Havia inúmeras manifestações contra o regime do apartheid, incluindo greves organizadas pelos sindicatos sul-africanos.

Nesse cenário, os negros da África do Sul falavam abertamente em tomar o poder por meio de uma ressurreição armada. A repressão do regime respondia com igual intensidade, e a revolta era cada vez maior. O regime estava à beira da destruição.

Foi a mobilização revolucionária do povo sul-africano, e somente ela, que fez com que a burguesia branca que comandava o país africano decidisse tirar Nelson Mandela da prisão. Uma mobilização, é preciso destacar, que não só levou milhares de pessoas às ruas, como ameaçava a derrubada violenta do regime político. A saída de Mandela, contudo, não saiu de graça: fez-se um acordo e Mandela se comprometeu a usar seu prestígio perante os trabalhadores sul-africanos para orientar o movimento em direção às eleições.

Mandela conseguiu se tornar presidente da África do Sul e seu partido se tornou o mais importante partido do país, de um ponto de vista eleitoral. Entretanto, o processo eleitoral acabou por dissipar as tendências revolucionárias do trabalhadores negros sul-africanos, que queriam pôr um fim no regime do apartheid. Como consequência da desmobilização, Nelson Mandela e seu partido não conseguiram realizar mudança significativa alguma no país.

Os brancos, que correspondem a cerca de 10% da população sul-africana, continuam controlando cerca de 70% das terras do país. As empresas mais importantes do país, que Mandela prometeu nacionalizar, continuam nas mãos dos capitalistas brancos. Cerca de 80% das ações na bolsa de valores também estão nas mãos dos brancos.

A chamada “via democrática”, por meio das instituições burguesas e de acordos com os inimigos do povo não leva a vitória alguma. O único caminho para acabar com o regime de exploração dos capitalistas é por meio da mobilização revolucionária dos trabalhadores.

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