Trump, neste sábado, mais uma vez acusou, no seu perfil do twitter, as eleições norte-americanas de fraude. Ele apresentou pontos como motivos de trapaça eleitoral que favoreceu o democrata Joe Biden, a quem se referiu também como presidente eleito por uma farsa.
Ao mesmo tempo, o twitter também condiciona a postagem de Tramp, a um comentário seu, onde se lê: “Esta alegação sobre a fraude nas eleições é contestada.”
“Um jovem militar que trabalha no Afeganistão me disse que as eleições no Afeganistão são muito mais seguras e muito melhores do que as eleições dos EUA em 2020. A nossa, com milhões e milhões de cédulas de correio corruptas, foi a eleição de um país do terceiro mundo. Presidente falso!”
Donald Trump também escreveu na plataforma que :”O Departamento de “Justiça” e o FBI nada fizeram em relação à fraude eleitoral presidencial de 2020, o maior GOLPE da história de nossa nação, apesar das provas esmagadoras. Eles deveriam ter vergonha. A história vai se lembrar. Nunca desista. Vejo todos em D.C. no dia 6 de janeiro”
O presidente também deixou consignada a sua crítica contra senadores republicanos: “Se um candidato a presidente democrata tivesse uma eleição fraudada, roubada, com provas de tais atos em um nível nunca antes visto, os senadores democratas considerariam isso um ato de guerra, e lutariam até a morte. Mitch e os republicanos NÃO FAZEM NADA, só querem deixar passar. NÃO LUTAM!”
Originariamente, as denúncias que Trump faz de fraude nas eleições são anteriores ao pleito, entretanto, depois do pleito, ele também reforçou isso nas últimas semanas em sua campanha, tendo, inclusive, proposto ações judiciais para contestar os resultados em vários Estados-chaves, não obstante a maioria ter sido indeferidos ou abandonados.
Observadores da OEA (Organização dos Estados Americanos) afirmaram que não houve “nenhuma irregularidade grave” nas eleições norte-americanas.
Em relatório, William Barro, secretário de Justiça dos EUA, soltou uma declaração onde afirma, categoricamente, a falta de existência de evidência de fraude. Esse é o mesmo Barro indicado por Trump para o cargo.Tanto que, após esse confronto com o presidente, Barros renuncia ao cargo.
De fato a crise nos EUA continuam. E, embora tenha havido um forte apelo da mídia em torno de Biden como se ele fosse o mal menor em relação a Trump, o fato é que Biden é o candidato da Indústria armamentista, do grupo do petróleo, que é o lado do burguesia do Deep State, ou Establishment, ou Estado Profundo, o lado mais perigoso da burguesia norte-americana.
É claro, que, inicialmente, ele terá que continuar gastando enormes quantias de dinheiro público para lidar com a pandemia e impulsionar a economia. Mas, mais cedo ou mais tarde, ele já tomará o caminho das guerras na política externa.
É verdade que as suspeitas de fraude só acirram e polarizam a política no país. Mas, de fato, não é de hoje que os Estados Unidos vivem uma forte crise econômica, com recordes de desempregados e trabalhadores em insegurança alimentar, uma crise sanitária devido a Covid-19 e também uma grande crise social, após o começo das grandes mobilizações contra o racismo e a violência policial no país, ambas condições históricas dos trabalhadores norte americanos, que culminaram em protestos cada vez mais radicalizados, chegando ao confronto direto entre civis e policiais.
A crise nos Estados Unidos está longe de ter um fim e a tendência é que a situação se deteriore ainda mais, não só pelos desdobramentos proporcionados pelo impasse que Trump pode causar, mas também, e principalmente isso, pelo fato de que, com as mobilização da população norte americana, a dificuldade no controle pode desencadear uma forte tendência à radicalização da classe operária.
A decadência da economia capitalista e do imperialismo, é o que está praticamente demonstrada nas questões colocadas pela situação norte americana.