Acuado e cada vez mais isolado, o presidente fraudulento Jair Bolsonaro busca apoio em segmentos da burocracia do Estado para dar continuidade ao seu governo, marcado em toda a extensão, desde quando tomou posse, pelos maiores ataques à soberania nacional e as mais brutais selvagerias contra o povo trabalhador e a população pobre e explorada do país.
Enfrentando denúncias que cada vez mais se aproximam do Palácio do Planalto, envolvendo inclusive seu próprio núcleo familiar, Bolsonaro manobra para se sustentar fazendo acordo e concessões aos parlamentares fisiológicos e corruptos do chamado “centrão”, mas principalmente ao setor que vem sendo o sustentáculo principal do seu governo: os militares.
Dos atuais vinte e três ministérios, dez estão ocupados por oficiais das Forças Armadas. Também no Palácio do Planalto eles estão em maioria, atuando até mesmo na coordenação de órgãos de controle. A maior aberração, no entanto, fica por conta da presença dos generais e outros oficiais no Ministério da Saúde, ocupado por elementos da caserna há quase dois meses, em plena pandemia do coronavírus, em meio ao crescente e assustador número de infectados e mortos no país.
A mais recente proeza de Bolsonaro, buscando estreitar os laços e fortalecer o apoio dos quartéis ao seu desastroso governo foi a concessão de um generoso aumento para os militares. O reajuste de até 73% ganhou o nome de “bonificação” salarial concedida aos militares que fazem cursos ao longo da carreira. “Isso custará R$ 26,54 bilhões em cincos anos e será incorporado na folha de pagamento de julho, com impacto de R$ 1,3 bilhão neste ano” (O Estado de São Paulo 01/7). Um verdadeiro escândalo diante da situação vivenciada pela maioria da população brasileira, que vem enfrentando os mais duros ataques às suas condições de vida.
Através de um casuísmo na legislação, foi criado um “adicional de habilitação”, abrindo a possibilidade de contratação de militares inativos para exercerem tarefas em outros órgãos da administração pública, com um adicional de 30%, o que ocasionou uma enxurrada de altas em médias patentes dentro da administração pública, que neste momento encontra-se militarizada.
Bolsonaro agracia os militares no mesmo momento em que ataca a categoria dos servidores, mantendo congelado o salário dos trabalhadores no serviço público até dezembro de 2021, se recusando também a manter o auxílio emergencial à população pobre, nos valores (já irrisórios) que, muito a contra gosto, mantém hoje.
Diante de mais este ataque devastador ao país e à população pobre e explorada, é necessário intensificar a campanha pelo “Fora Bolsonaro, fortalecendo os atos, manifestações e protestos em todas as regiões. Somente o avanço da luta e a ocupação das ruas e praças das principais cidades será possível colocar fim ao governo fascista, de extrema direita, apoiado e sustentado pelos militares, pela burguesia e pelo imperialismo.