Na última terça-feira (6), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) manteve a condenação do ex-senador do PT Lindbergh Farias por improbidade administrativa. A condenação se refere ao período em que Lindbergh Farias foi prefeito de Nova Iguaçu-RJ, por um episódio em que distribuiu leite para a população. A justiça alegou que Lindbergh teria usado a ação para promoção pessoal. O PT denunciou que a ação é absurda, e que no material que acompanhava o leite distribuído, Lindbergh utilizou um símbolo da prefeitura, não um logotipo do partido ou de uma campanha eleitoral.
Como nos casos do chamado “mensalão” ou das condenações de Lula, trata-se de mais um exemplo de perseguição política ao PT. Para que fosse dado o golpe de 2016, o PT sofreu uma ampla perseguição com uso da justiça para caçar figuras centrais do partido. Agora, essa perseguição continua para que o novo regime político que a direita está criando sobre as ruínas do regime anterior seja consolidado. Faz parte de um ataque geral à esquerda, que inclui partidos, sindicatos e organizações populares.
Esses ataques têm o objetivo amplo de desmantelar as organizações capazes de mobilizar setores da população contra o governo, suas medidas e seu programa político. As medidas neoliberais levam inevitavelmente a um embate com o povo. Por isso, a direita golpista está procurando desmantelar a capacidade de a população reagir. Este é o sentido da perseguição política a figuras proeminentes do PT, começando pelo próprio Lula, e de ações como a prisão de militantes do movimento por moradia em São Paulo.
Quanto mais a direita conseguir avançar nessa perseguição política e nas arbitrariedades contra dirigentes partidários e de organizações políticas dos trabalhadores, mais terá avançado no fechamento do regime, rumo a uma ditadura cada vez mais repressiva. Por isso é preciso reagir imediatamente, aproveitando enquanto ainda é possível reagir, e aproveitando que, no atual momento político, há uma forte tendência a mobilização popular contra o governo.