Milgen Idan Soto Ávila, indígena tolupán e ativista, foi assassinado na província de Yoro. Seu corpo foi encontrado em região montanhosa numa fossa clandestina, na localidade de Locomapa. A região é cobiçada por madeireiras que entram floresta adentro sem respeitar as populações indígenas e camponesas que vivem na região.
Soto Ávila tinha 29 anos e militava pelos direitos de seu povo e a preservação ambiental na região. O líder da ONG Movimiento Ámplio por la Dignidad y Justicia (MADJ) afirmou que o assassinato foi encomendado por uma empresa madeireira que está cortando 28.500 árvores no território. A notícia ocorre pouos dias depois de investigações confirmarem a participação de altos executivos de uma hidroelétrica no assassinato de outra ativista hondurenha – Berta Cáceres.
O ciclo de golpes reavivado na América Latina neste século teve Honduras como estopim. O então presidente Manuel Zelaya foi preso pelo exército em 29 de junto de 2009, e enviado ao exílio, antes que pudesse convocar a Assembleia Constituinte. A partir de então, Honduras sofre grandes crises, das quais a mais famosa foi a marcha de dezenas de milhares de pessoas que atravessaram o México para cruzar a fronteira com os EUA.