Nesta segunda-feira (26), o aparelho de repressão à população, a serviço da burguesia, assassinou mais um negro a sangue frio em Filadélfia, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Desta vez, a vítima da polícia fascista foi Walter Wallace Jr., de 27 anos.
Segundo a ocorrência policial, os agentes da repressão foram chamados a uma casa, em Riacho Cobbs, um bairo de Filadélfia, devido a presença de um homem armado. Ao chegar lá, os policiais encontraram Wallace Jr. com uma faca. Após o jovem se recusar a largar a arma branca, os policiais, a uma distância de 3 metros, atiraram 10 vezes contra a vítima, matando-o na hora. O rapaz, em momento algum se dirigiu aos policiais como se os fosse atacar.
O vídeo da ação policial evidenciou a clara intenção dos policiais e em matar Wallace Jr., pois tinham controle da situação e poderiam ter resolvido a situação sem fatalidades. Entretanto, a sua ação evidencia o que já é bastante denunciado neste Diário, que a polícia é uma instituição criada apenas para matar a população pobre e preservar o patrimônio dos mais ricos.
Vizinhos se dirigiram ao local do assassinato para demonstrar sua indignação com a polícia, que cercavam a cena do crime.
A população de Filadélfia, revoltada com o ocorrido, em centenas, tomou as ruas da cidade em protesto pacífico. Porém, a indignação do povo, junto a forte presença policial elevou o tom dos protestos. Saques e destruição de patrimônio foram relatados. Imagens também mostram carros de polícia queimados.
O ocorrido em Filadélfia não é um caso isolado. Mais cedo, neste ano, a polícia de Mineápolis, quando policiais asfixiaram George Floyd até a morte. A repercussão do caso foi tão grande, que incentivou grandes protestos no país inteiro. Outros casos de violência polícial voltaram a ocorrer desde então, aumentando, ainda mais a insatisfação da população.
A Pensilvânia, estado a qual pertence a Filadélfia, é um estado com grande população negra. Isto adiciona um elemento que pode massificar os protestos não apenas na região, mas também reverberando a mobilização para o restante do país.
Entretanto, a violência contra a população negra não é algo novo. O que há de diferente é o aprofundamento da crise capitalista. A classe trabalhadora norteamericana enfrenta imensa onda de desemprego, além de ficar exposta à pandemia, graças a falta de sistema de saúde público no país. Como resultado do aumento da pobreza e do endurecimento do regime, através do governo de extrema-direita de Donald Trump, a população, especialmente a negra, que é, de longe a mais oprimida, tornou-se menos passiva às atrocidades cometidas pelo estado burguês.