Neste último domingo (30), um pequeno grupo de manifestantes pediram a volta opcional das aulas presenciais no estado de São Paulo. O grupo era composto por pessoas que se diziam mães e pais, além de profissionais da educação das escolas particulares.
Segundo a imprensa burguesa, o ato contou com cerca de 90 pessoas, começou às 14h, tendo fim às 15h. Organizado por um grupo chamado Escolas Já, formado com incentivo dos capitalistas da educação, que parecem estar muito ansiosos pela volta às aulas, para socorrer as coitadas das crianças, mas que nem se dão ao trabalho de comparecer ao ato coxinha. As reivindicações deixam claro o caráter completamente direitista da movimentação, revelando que foi um movimento financiado pelas escolas mais ricas de SP.
Há tentativa de se passar por mobilização legítima quando alegam que as crianças estão sofrendo, e sendo prejudicadas sem aula, e que os pais precisam sair para trabalhar. No entanto, trata-se de um movimento de escolas particulares e não representa, nem de longe, o que pensa os pais da classe trabalhadora pobre, estes que precisam sem dúvida alguma sair para trabalhar, fato que ocorre desde o começo da pandemia.
Além disso, ainda sobre os filhos da classe trabalhadora, é necessário destacar estão sendo ignorados um sistema precário de ensino à distância (EAD) implantado por Dória (PSDB), que finge não entender as necessidades dos estudantes, que giram em torno de internet, alimentação, condições de estudo no geral. Há um abismo de realidade no EAD entre o setor público e privado e voltar às aulas presenciais apenas dentro de um grupo selecionado de capitalistas, seria um imenso desrespeito às crianças e aos pais que não têm essa condição.
Diante da situação, é urgente que entidades estudantis como a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) se manifestem sobre o caso, contra a reabertura das escolas e pela mobilização dos estudantes secundaristas contra a medida e o alastramento da pandemia de coronavírus, que ainda demonstra um número de mortes considerável.
A ação das entidades estudantis representa o posicionamento majoritário entre os estudantes, o qual demonstra, claro, um desejo de volta, mas uma volta segura, apenas para o ano de 2021 e após um processo de vacinação urgente. É unanimidade o saber de que a volta às aulas neste ano é um apelo desnaturado dos capitalistas, que não estão nem aí para a saúde dos estudantes e vêm causando dor de cabeça aos que tentam garantir um processo de abertura seguro, que não estimule a volta do contágio de uma doença que já matou mais de 120 mil pessoas.