A Secretária de Segurança Pública (Saep) informou que 40 presos foram assassinados por asfixia, e encontrados neste dia 27, em presídios de Manaus no Amazonas.
Um dia antes (26), outros 15 presos haviam sido assassinados em suposto confronto entre os presos na Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), também em Manaus.
O Compaj já havia sido anteriormente palco do maior massacre ocorrido no Estado, no início de 2017, quando 55 pessoas foram brutalmente assassinadas num dos episódios mais horripilantes do sistema penitenciário brasileiro.
A matança se deu em quatro presídios, que são: Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) – 25 mortos; Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) – 6 mortos; Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM 1) – 5 mortos; Compaj – 4 mortos, além dos 15 no dia anterior
Segundo o governador do Amazonas, Wilson Lima o Ministério da Justiça, o fascista Sérgio Moro, enviara a integrantes da Força Tarefa de Intervenção Penitenciária para reprimir ainda mais os presídios. A política de massacre, de tortura, de violência do Estado burguês contra a população pobre, negra e trabalhadora deste país encontra na extrema-direita; no bolsonarismo sua vanguarda. Esta política tende a se consolidar e se aprofundar caso a extrema-direita e os golpistas em geral mantenham-se no poder.
Ao todo foram 55 mortes em apenas dois dias, o que faz destes presídios verdadeiros, e não retoricamente, campos de extermínio em massa. Essa conclusão não diz respeito apenas ao Estado do Amazonas, mas pode ser estendida ao Sistema Penitenciário nacional. De acordo com um levantamento feito pelo jornal golpista O Globo entre 2014 e 2017 pelo menos 6.380 detentos morreram sob a custódia do Estado. Assassinados, por maus tratos, má alimentação, por doença motivadas por ambiente insalubre, como sarna dentre outras, por falta de atendimento médico, depressão, suicídio…
O sistema penitenciário nacional, que é uma extensão do próprio sistema judiciário, é a negação absoluta da prática cidadania e de direito. É uma mácula no Estado nacional que o corrói e impede o seu desenvolvimento sadio, do ponto de vista da assunção dos direitos democráticos pelo povo. Diferentemente do que se poderia sustentar, o sistema judiciário e o sistema prisional não existem para garantir direitos e aplicar a lei republicana, mas ao contrário para anular os direitos e a cidadania de uma gigantesca parcela da população. Assim se mantém a opressão sobre essa maioria com a aparência de regime democrático.
Todavia, o sistema prisional vai além. É um verdadeiro cancro nacional, que denuncia o caráter genocida e selvagem da burguesia brasileira. Constituiu-se no país um gigantesco sistema sádico de eliminação da população pobre e negra, para quem sistema fora constituído, envolto em fino véu de legalidade. O sistema penitenciário brasileiros fere mortalmente todos os direitos humanos e como tal deve ser extinto e seus promotores responsabilizados por este crime social.