Se a crise mundial já estoura por todos os países atrasados, a situação no país da principal burguesia imperialista do mundo não está das melhores. Muito pelo contrário, o governo dos Estados Unidos encontra-se, assim como todo o globo, em uma crise política crescente.
Donald Trump, representante da ala extrema-direita do partido republicano, foi eleito em meio a uma forte campanha da imprensa imperialista contra sua candidatura. A candidata democrata, Hillary Clinton, era a escolhida do setor mais forte do imperialismo, contudo, sua candidatura artificial, criada em cima de uma vitória fraudulenta contra o candidato da esquerda, Bernie Sanders, não foi suficiente para conter Trump e o setor da burguesia que o apoiava.
Trump foi uma curva fora do eixo para o imperialismo, fruto da crise política que o próprio País passa em seu interior, com diferentes setores abandonando aos poucos uma frágil unidade em nome de interesses econômicos, que com a crise econômica mundial, tornam-se mais urgentes.
Dessa forma, era esperado que desde o começo de seu mandato, o republicano lidaria com uma forte crise interna dentro do seu governo e próprio partido, rachado abertamente pela divisão da burguesia norte-americana. Não tardou para aparecer as primeiras tentativas de abrir-se um processo de impeachment, com muitas fichas sendo apostadas nas eleições parlamentares que ocorreriam no meio do mandato.
Porém, mesmo com uma singela vitória democrata, os resultados não foram o suficiente para prosseguir com a intensidade desejada no processo de impeachment contra Trump. Agora, com a aproximação das eleições nacionais, que ocorrerão no próximo ano, a crise se acentuou dentro da burguesia norte-americana, e as tentativas de se derrubar Trump voltaram a aparecer por todos os lugares.
Alvo de diversas denuncias, algo que não é difícil de imaginar vindo de um fascista como Trump, a principal ala do cínico imperialismo estadunidense, protagonista de diversos crimes contra a humanidade, tenta novamente movimentar-se para por um fim a este governo, uma tentativa de amenizar a crise.
Nesta terça-feira, um importante capitulo no desdobrando dessa disputada ocorreu. O diplomata norte-americano, Bill Taylor, declarou, de acordo com o Washington Post, que Donald Trump utilizou-se de uma ajuda à Ucrânia como forma do país acordar em promover uma investigação contra o pré-candidato à Casa Branca, Joe Biden.
Com este acordo as autoridades ucranianas abririam investigação a respeito do filho de Biden, membro do conselho administrativo em uma empresa ucraniana. A Ucrânia, sendo chantageada por Trump, teria que realizar o desejado pelo magnata para poder receber alguma ajuda provinda dos imperialistas.
Tais declarações foram feitas a portas fechadas no Congresso, ligando uma luz de alerta no governo Trump, e promovendo um aumento nas fortes campanhas dos democratas, que dizem que o presidente estaria utilizando de interesses pessoais na política externa, atacando o pré-candidato do Partido Democrata.
Estas revelações aumentam as possibilidades de um impeachment contra o atual presidente norte-americano, aprofundando a já grande crise política em que o país se encontra, cada vez mais forte com a proximidade das eleições.