Ocorreu hoje (19), às 13h30, a primeira reunião do Conselho de Bairro, em Vargem Grande, extremo sudoeste da capital de São Paulo. Participaram da reunião inicial dezenas de moradores, de todas as idades, militantes do Partido da Causa Operária (PCO), todos extremamente preocupados com o abandono completo do longínquo bairro, esquecido pelos governos direitistas tucanos que se dizem heróis do povo.
Frente a crise de saúde enfrentada pelo país após a explosão do coronavírus, e da crise econômica do capitalismo que vem se aprofundando no último período desde o golpe de estado, os trabalhadores sentem na pele que a única solução é a organização do povo, os mais afetados pela situação. O bairro tem regiões sem água, o asfalto não existe e parte do esgoto corre pelas ruas junto às crianças sem escola.
Foram discutidas na reunião, pautas iniciais com a intenção de criar um Manifesto, que será levado a subprefeitura, e uma rede de informações sobre a população da região, para eleger delegados de ruas.
A conversa, em si, foi bem rica, demonstrando claramente que o povo mais humilde sabe sim o que vem acontecendo no país, ao contrário do que a direita prega, sobre a suposta ignorância dos menos favorecidos.
O companheiro Jesulino, morador do bairro há mais de 25 anos, afirmou no início do debate que “política é coisa séria, pois, quando Bolsonaro mandou o povo comer capim, atacou a maioria da população”. E indo mais além, lembrou que o bairro escuta promessas vazias, no que se refere às necessidades mais básicas – como o asfalto -, fazem duas décadas e até agora nada.
Outro morador, seu Antônio, muito esclarecido, denunciou que todas as ruas devem se mobilizar, que os moradores devem agir pois estão abandonados, morrendo sem saúde básica.
Marinês, mais uma senhora de idade avançada na reunião, também denunciou: “os jovens estão sendo mandados embora dos seus empregos, sem dinheiro, ficam abandonados pelas ruas”.
A dona Delita, nos lembrou de fatores importantes sobre os idosos pobres: “eu moro sozinha, tenho idade avançada, não tenho quem cuide de mim se eu ficar doente, e mais, não tenho nem com quem conversar sobre nada, por isso, agradeço muito vocês terem vindo aqui lutar por nós. Há idosos que usam oxigênio no bairro, e que, caso a empresa venha cortar a energia, podem morrer por culpa do governo”.
Os militantes do PCO também deram sua contribuição ao debate. Henrique reforçou que “a importância dos representantes eleitos para as ruas, é reportar aos demais moradores as decisões, trazendo mais gente, e etc”. E ainda citou o caso de Bluemenau (SC), onde o Conselho já conquistou álcool gel, máscaras, por conta da pressão do povo.
A companheira Larissa expressou sua indignação: “temos que pressionar de dentro do bairro, no posto de saúde, colocar os empresários de mercados, que sempre lucraram com o povo, contra a parede, e, caso não haja nenhuma ação para o povo, este deve ocupar, impedir que empresas cortem energia e o que mais for preciso”.
Para finalizar, um morador nos deu um relato muito significativo para compreender a especulação do mercado sobre a miséria do povo. Luiz Carlos disse que o álcool em gel no centro de São Paulo é encontrado pelo preço de R$ 7,00, enquanto no bairro afastado, as farmácias grandes vendem por R$ 18,00. Um absurdo completo.
Os conselhos de bairro são a centelha para a organização e participação política da classe trabalhadora de forma independente da direita e dos governos golpistas. Tem como propósito central, exigir do poder público o atendimento de suas necessidades, inclusive, caso necessário, com o uso da força e da ocupação de órgãos públicos.
A política chave que se coloca na situação, e também faz parte da mobilização a partir dos conselhos, é a luta pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas.
Esse é o papel de todo militante de esquerda que efetivamente queira lutar. No próximo domingo, o PCO e os comitês de luta estarão nos bairros e cidades, participe você também. Construa o conselho no seu bairro ou cidade. Caso precise de ajuda, entre em contato com o PCO pelos nossos meios de comunicação.
