O anúncio da Disney sobre demissões em massa em sua divisão de parques, criou ondas de impacto em toda a indústria de entretenimento temático. De acordo com um comunicado, aproximadamente 28mil empregados domésticos serão afetados pelas demissões, dos quais cerca de 67% trabalham meio período. A pandemia de coronavírus em curso e o fechamento contínuo de alguns parques e resorts da marca resultaram em uma perda de US$ 2 bilhões para o segmento de Parques, Experiências e Produtos no terceiro trimestre.
As demissões serão sentidas em toda a empresa, desde executivos a funcionários horistas que trabalham dentro dos parques. É importante observar que, embora muitas pessoas pensem que isso afeta apenas os parques temáticos mais conhecidos, a divisão de Parques, Experiências e Produtos da Walt Disney Company, também abrange o Disney Resort & Spa no Havaí, Disney Vacation Club, Disney Cruise Line and Adventures, Walt Disney Imagineering e a divisão Disney Consumer Products, Games and Publishing.
As demissões impactaram mais 50 funcionários no grupo de marketing do estúdio, a divisão teatral com sede em Nova York e a Searchlight Pictures, além de 300 empregados da ESPN. Várias centenas de posições abertas também foram eliminadas.
Os cortes na ESPN aconteceram pela falta de programação esportiva durante a pandemia e também para liberar recursos para os departamentos de streaming, visando fortalecer a plataforma digital derivada do canal esportivo.
O turismo é uma das maiores fontes de renda para as pessoas que vivem em Anaheim. Sem que o Disneyland Resort tenha permissão para abrir seus parques ou hotéis, os locais estão lutando para ganhar a vida, mesmo que não trabalhem diretamente para a Disney. Mike Lyster, diretor de comunicação de Anaheim, disse: “A cidade está prevendo um déficit orçamentário de US$ 100 milhões, que será sentido pelas pessoas em toda a nossa cidade”. O desemprego no município está em 15%, a maior taxa desde a Grande Recessão, 12%.
No início da pandemia e do fechamento dos parques temáticos da Disney, os executivos da empresa realizaram um corte drástico no pagamento. Em um memorando de 30 de março, o CEO, Bob Chapek, disse: “A partir de 5 de abril, todos os VPs terão seus salários reduzidos em 20%, os SVPs em 25% e os EVPs acima em 30%”. Chapek teve uma redução de 50% e Bob Iger, presidente executivo, abriu mão de 100% de seu salário. Quando o memorando foi divulgado, não havia data de término definida. Em agosto, os executivos foram alertados de que os pagamentos seriam retomados.
A crise econômica é uma crise estrutural, ou seja, ela não tem o seu início com a pandemia, contudo, foi intensificada com as circunstâncias pandêmicas, todas as demissões denunciam a fragilidade da econômica capitalista, que para continuar minimamente gerar lucros para alguns, precisa sacrificar centenas de empregos. No centro do capitalismo mundial onde deveria ter o seu elo mais forte.
As consequências socias são inevitáveis, e as condições de manobra por parte dos capitalistas cada vez são menores, somando-se a toda crise financeira de uma das principais empresas de entretenimento do mundo símbolo da fortaleza e pungência da principal economia do planeta, junta-se a tudo a instabilidade política sistema político norte americano. O efeito social pode e deverá ser explosivo.