O dia 15 de maio vai ficar marcado na história do País como um ato que pode significar o início da derrubada de um governo golpista e fraudulento, que chegou ao poder graças ao golpe de Estado que derrubou Dilma Rousseff e depois a consolidação da fraude que colocou Lula na cadeia para impedir sua eleição.
Esse foi o maior ato desde que Lula foi preso, o maior ato político sem a presença do ex-presidente. É possível comparar, em tamanho, esses atos com as grandes manifestações de junho de 2013, com uma diferença muito importante: as mobilizações desse dia 15 de maio eram de esquerda, com uma orientação popular, organizado e impulsionado pelas organizações de esquerda e dos trabalhadores de maneira que dificultasse a infiltração da direita como acabou acontecendo em 2013. Naquele ano, embora as manifestações contra o aumento da passagem fossem populares, a direita se infiltrou nas manifestações quando percebeu que perderia o controle delas.
Foi possível notar, pelo número de cidades onde ocorreram os atos – foram centenas espalhadas por todos os estados do País -, pelo tamanho dos atos em todas essas cidades e pela proporção gigantesca dos atos em São Paulo e no Rio de Janeiro que foram manifestações de massa.
Outra característica importante do ato era a diversidade de setores que aderiram à mobilização. Além das várias categorias de professores e funcionários da educação – participaram sindicatos de professores do ensino público, do ensino particular e das universidades – estavam presentes estudantes das mais diversas universidades e cursos. Quem conhece o funcionamento do movimento estudantil sabe que a adesão massiva dos estudantes de todas as áreas é um termômetro infalível do nível de mobilização e de radicalização.
Nas ruas, era perceptível a presença da juventude universitária e secundarista, além dos professores e de muitos trabalhadores que foram para os atos. Essa adesão mostra também que não se tratou meramente de mobilizações pela educação. Os ataques de Bolsonaro contra as universidades e institutos federais com o corte de verbas foram apenas um estopim para uma tendência muito mais profunda de luta política contra o governo golpista.
Foi um ato político, contra Bolsonaro e contra o golpe.
Os rumores, reforçados inclusive por setores da esquerda pequeno-burguesa, de que haveria hostilidades contra os partidos e as bandeiras dos partidos, não se concretizaram, o que mostra que eram atos da esquerda e atos políticos. Isso também ficou claro na defesa da liberdade de Lula, presente em todos os atos de maneira massiva.
O povo saiu na rua contra o governo golpista. O povo já decidiu que sua palavra de ordem é o “fora Bolsonaro” e ela se tornou um eixo das manifestações.
As manifestações escancaram a fraude eleitoral e mais ainda deixam claro mais uma vez que o golpe de Estado é anti-popular. É preciso organizar e aprofundar a mobilização, colocando claramente que é preciso derrubar Bolsonaro e todos os golpista, libertar Lula e estabelecer novas eleições para acabar de uma vez por todas com o golpe que está transformando o Brasil novamente em uma colônia.