No dia 7, terça feira, completou-se um ano do atentado com 80 tiros de fuzil e consequente assassinato do músico Evaldo Rosa “Manduca” e do catador Luciano Macedo pelas mãos do exército no bairro de Guadalupe, zona norte do Rio, em razão da intervenção das Forças Armadas no Rio de Janeiro desde o começo de 2018.
Essa intervenção surgiu logo após o carnaval carioca, quando a Rede Globo buscou apresentar um clima de filme de terror na cidade com vistas justamente estimular uma ação do Governo Federal para que o Rio de Janeiro sofresse uma intervenção militar. Coordenada pelo general Braga Neto, hoje ministro chefe da casa civil de Bolsonaro e em articulação com ex ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Etchengoyen.
A intervenção militar desde o início, como este diário Causa Operária sempre denunciou, era um balão de ensaio para o endurecimento da ditadura que já iniciava-se com o golpe em Dilma Roussef. Para isso, era necessário controlar justamente os setores mais afetados com a política neoliberal, população negra e pobre, do contrário o golpe naufragaria diante da revolta popular.
Desde 2019, com a posse de governadores como Doria, Witzel e Zema e do presidente Bolsonaro, todos eleitos sob uma farsa eleitoral, observa-se um aumento pesado da letalidade dos órgãos de repressão que já não apresentam o mínimo receio de serem chamados de órgãos ditatoriais. A esquerda cometeu um grave erro ao participar daquele jogo de cartas marcadas e hoje a população mais vulnerável arca com essa irresponsabilidade.
Não há como dialogar com os golpistas, seja com Bolsonaro ou com os governadores e até mesmo ministros que hoje se encontram em conflito com este, o que aliás denota um enfraquecimento do golpe. A política da esquerda no momento deve ser de anulação da farsa eleitoral de 2018 e denúncia das políticas genocidas intensificadas desde então.