Em todo o país, os trabalhadores pobres e explorados são os que mais estão sofrendo com os efeitos do agravamento da crise econômica e sanitária causada pela pandemia de coronavírus que já está chegando às comunidades pobres e aldeias de todo o país.
No dia 23/04, a Agência Pública divulgou um estudo recém-publicado pela Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP) mostrando a vulnerabilidade das terras indígenas de todo o país em relação à pandemia de Covid-19.
A ABEP levou em consideração alguns fatores como leitos de UTI, saneamento, porcentagem de idosos e situação do sistema de saúde indígena e publicou dados alarmantes.
Os dados são corroborados por pesquisadores de quatro universidades brasileiras – Unicamp, USP, UFF e UFRJ na publicação de Análise de Vulnerabilidade Demográfica e Infraestrutural das Terras Indígenas à Covid-19.
Os dados são alarmantes, pois dos 1.228 municípios brasileiros onde há ao menos um trecho de terra indígena, apenas 108 possuem algum leito de UTI. Há terras indígenas em que as pessoas têm que se deslocar por mais de 700 quilômetros e não há mais estrutura da Funai, as Sesai, para fazer esse trajeto.
O estudo indica que a região Norte do país é a que apresenta a situação mais grave, sobretudo o Estado do Amazonas. São 40 TIs em situação de vulnerabilidade intensa e, quando somadas às TIs com risco alto (70), o Estado totaliza 110 TIs em estado de perigo. Rondônia (15), Acre (26), Roraima (30), Pará (40), Amapá (4) e Tocantins (8) ficam na sequência de vulnerabilidade.
Se levarmos em conta o número de indígenas dessas terras com situação mais crítica, temos 81 mil indígenas em situação de vulnerabilidade crítica em relação ao coronavírus devido ao descaso do governo de Bolsonaro e sua política genocida. Esse número corresponde a 10% de todo a população indígena sem nenhuma condição de tratamento. Isso sem levar em conta que o sistema de saúde vai entrar em colapso e toda a população, principalmente os indígenas que vivem muito distante dos centros urbanos, vão sofrer as consequências da omissão dos governos de direita.
É preciso reverter essa situação e colocar a palavra de ordem de “Fora Bolsonaro” nas ruas e derrubar esse governo genocida e os golpistas com a força do povo e não em apoio com a direita golpista do “centrão”.