Segundo dados oficiais do IBGE, o número de pessoas sem aulas diminuiu em 1,1 milhão em comparação com julho, primeiro mês que a pesquisa trouxe a informação sobre educação. Naquela ocasião, 8,7 milhões estavam sem aula. No entanto, ainda contemplam parcela relevante dos alunos de 6 até 29 anos
Ao todo, 16,1% dos estudantes não tiveram aula no mês, excluindo aqueles que estavam de férias no período. Isso significa que de cada cem alunos, 16 estão sem nenhuma atividade escolar.
Além disso, os números indicam uma disparidade por renda. Quanto menor a renda da família, maior o percentual de estudantes que não tiveram atividades escolares durante a pandemia. Ou seja, são os mais pobres aqueles que sofrem mais hoje com a falta de atividades escolares.
Só que os números frios não representam a realidade concreta, nua e crua da verdadeira situação do ensino remoto, afinal de contas, já denunciamos amplamente aqui neste diário o caráter exclusivo e precário do EAD (Ensino a distância),que além de esmagar os estudantes pobres e os próprios professores com uma precarização do ensino, trata de apenas um mero ”faz de conta”. Na verdade, os estudantes não estão tendo aula nenhuma, é tudo uma miragem de educação.
Mesmo depois de 140 mil mortes, com o presidente fascista genocida Bolsonaro batendo recordes na pilhagem de corpos via coronavírus e só atrás do seu patrão Trump, a burguesia segue desesperada pela retomada do calendário escolar.
Tendência é uma expressão da própria urgência do capitalismo em reabrir tudo, todos os setores e atividades econômicas. A época de ”quarentena”, que na prática nunca existiu para a classe trabalhadora, já acabou!
É preciso interpretar esta situação de ofensiva da burguesia contra a comunidade escolar e acadêmica, tanto pela via das aulas à distância e quanto pelas escolas e universidades com atividades presenciais como uma oportunidade de criar uma ampla mobilização da categoria estudantil e universitária para barrar os ataques do regime golpista.
Finalmente, todos os estudantes, professores e trabalhadores da educação deveriam ter a suspensão do calendário escolar e acadêmico como palavra de ordem imediata, ao lado é claro, de Fora Bolsonaro e todos os golpistas.