Dados do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais Anísio Teixeira (Inep), levantados pelo núcleo de jornalismo do portal Metrópoles, mostram que 1.821 municípios, cerca de 30% do total de cidades brasileiras, têm turmas de ensino médio com número de alunos por sala de aula mais altos do que o adequado para garantir a qualidade no ensino.
Professores e estudiosos da educação apontam que o número máximo de alunos por sala de aula é de 30. A quantidade adequada de alunos por sala é fundamental para garantir um ambiente que favoreça o aprendizado e proporcione condições para os professores atenderem os alunos, sanar suas dúvidas, detectar as dificuldades, verificar o andamento das atividades, expor os conteúdos das matérias, ler os materiais didáticos de forma coletiva, dialogar, etc.
A superlotação das salas é um indicador das más condições de trabalho para os professores e de estudo para os alunos. A falta de investimento nas escolas e o fechamento de salas de aula, que são levados a cabo pelos governos de direita com intensificação após o golpe de Estado de 2016, implicam na junção de turmas, o que acarreta o elevado número de crianças e adolescentes nas salas.
A política educacional neoliberal implica no sucateamento das escolas, corte generalizado de verbas para as redes públicas de ensino e, consequentemente, na superlotação das salas, o que impedem o trabalho pedagógico e rebaixam a qualidade do ensino como um todo. A superlotação torna o ambiente escolar insuportável para alunos e professores.
Os governos golpistas – em especial o governo fascista de Jair Bolsonaro – buscam liquidar a educação pública, com o intuito de impedir que a juventude tenha acesso aos patrimônios histórico, científico e filosófico acumulados pela humanidade e que as escolas transmitem cotidianamente. O objetivo dos golpistas é obstacular o desenvolvimento do senso crítico, do questionamento à ordem social capitalista por parte dos filhos dos trabalhadores.