O sucateamento da saúde no estado de São Paulo é latente, visto o aumento exponencial nos últimos dois meses da contaminação do Covid-19 entre os trabalhadores e as trabalhadoras da saúde, além do processo de privatização das unidades de saúde. A cidade de Campinas, que possui cerca de 20 mil trabalhadores na área de Saúde nas redes privada e pública, teve 2.575 casos confirmados de coronavírus e 8 mortes trabalhadores de saúde desde o início da pandemia. Neste momento, 111 casos suspeitos entre os funcionários da Saúde estão sendo investigados.
O diretor de Saúde do Sindicato dos Servidores, Luciano Santos, disse que a entidade tem exigido testagem em massa entre os trabalhadores, além dos EPIs – equipamentos de segurança. “Não apenas ter quantidade suficiente para todos, mas que tenham qualidade. Também pedimos para que haja treinamento para o manejo correto desses equipamentos”, explicou ele. “Queremos que a prefeitura abra para todo trabalhador infectado com a Covid-19 uma comunicação de acidente de trabalho para ser caracterizado como doença ocupacional”, ressaltou ele, explicando que essas e outras demandas foram enviadas ao Ministério Público do Trabalho.
De acordo com os dados publicados pelo Sindicado dos Trabalhadores da Saúde – Sinsaúde Campinas e Região, a testagem em massa em profissionais da saúde apontou que 15% dos trabalhadores foram infectados com coronavírus. Esse grupo é o que está mais vulnerável à contaminação pela Covid-19 por atuar na linha de frente no combate à pandemia.
O estado de São Paulo tem processo de privatização dos equipamentos públicos de saúde municipais e estaduais mais avançado do país. De acordo com o Sindicato dos Médicos de São Paulo, terceirização está sendo feita sem debate com a população, com os trabalhadores das unidades e com os conselhos gestores.
No Brasil, a cada minuto um profissional de saúde é infectado pelo novo coronavírus. São 258.190 trabalhadores com a Covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde. Os profissionais mais atingidos são técnicos de enfermagem, com 88.898 casos, seguidos enfermeiros (37.689 confirmações) e médicos (27.767). Foram contaminados ainda 12.545 agentes de saúde e 11.097 recepcionistas de unidades de saúde. Além disso, o país registrou 226 mortes – 87 técnicos e auxiliares de enfermagem, 49 médicos e 36 enfermeiros.
Esses dados por si só já são alarmantes, contudo, a realidade pode ser pior visto as manobras que o presidente ilegítimo e os governadores tem feito para “maquiar os dados”. As subnotificações, a baixíssima testagem, mesmo entre os trabalhadores da saúde, ao lado da falta de EPIs adequados. Fatos que confirmam a total ausência de políticas públicas dos estados e do governo federal para o enfrentamento da pandemia do coronavírus. Como delatam, não só a omissão, mas também o dolo ao promover ações criminosas contra os trabalhadores da saúde e todo o povo brasileiro.
Para combater o genocídio provocado pelo Estado, o Partido da Causa Operária apresenta como proposta o aumento imediato das verbas para saúde; testes para toda população; aumento das instalações e equipamentos de saúde; contratação imediata de todo pessoal da saúde necessário para enfrentar a crise; medidas de isolamento dos doentes; distribuição gratuita de máscaras, luvas, álcool, água, sabão e remédios. São propostas básicas que deveriam ter sido adotadas no início da pandemia.