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Mais de 30%

Mais de 1,6 bilhão de trabalhadores ameaçados pelo desemprego

Contando os atuais 850 milhões de desempregados no mundo, Organização Internacional do Trabalho alerta ameaça de que 1,6 bilhão de trabalhadores informais percam seus empregos.

No Brasil, o número oficial de desempregados já conta com 12,9 milhões de indivíduos. Destes, 500 mil ingressaram apenas da penúltima à última divulgação dos trimestres móveis, que a cada mês divulga o resultado que considera o mês mais recente e os dois anteriores – sendo esta última referente ao mês de março, que datou o momento em que a situação do Covid-19 passou a ser considerada uma pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Cálculos do IBRE apontavam, já no início de abril, que a taxa de desemprego deveria subir de 11,6% a 16,1% pelo COVID-19 – um cálculo um tanto otimista, como veremos mais adiante.

A informalidade atinge mais de 40% dos brasileiros no mercado de trabalho. E são esses os trabalhadores que mais sofrem: se entre o último trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2020, 2,33 milhões de pessoas deixaram de trabalhar, quase 2 milhões delas estavam na informalidade – a cada 100 que perdia o emprego, 83 eram informais. Entre o fim de março e a primeira quinzena de abril, de acordo com o Ministério da Economia, mais de 860 mil pessoas deram entrada no pedido de seguro-desemprego. Contudo, o próprio governo brasileiro estima que mais de 200 mil brasileiros demitidos pela epidemia ainda não pediram o benefício por enfrentarem dificuldade no processo. No início de abril, o superintendente do Sebrae no Distrito Federal, Valdir Oliveira, já previa que haveria uma “série de demissões em massa”.

Em termos globais, as tendências não fogem dessa norma. Segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), nos EUA, por exemplo, já se registrou 30,3 milhões de desempregados, cerca de 18,6% da força de trabalho. 22 milhões destes apenas no espaço de um único mês. Apenas para um parâmetro comparativo da gravidade: a Grande Depressão de 1929, sabida como maior crise da história do capitalismo, causou 25% de desemprego na nação. Especialistas e pesquisadores da área econômica alegam, contudo, que o número pode ser até 50% maior, apontando para 45 milhões de desempregados.

Um estudo do Economic Policy Institute, think tank norte-americano dedicado a debater as necessidades dos trabalhadores de média e baixa renda do país, indica que a cada 10 pessoas que deram entrada no seguro-desemprego, 4 ou 5 não conseguiram ou desistiram por encontrarem dificuldades. O número registrado foi de 3,8 milhões de entradas apenas na semana passada.

Ainda de acordo com a OIT, 436 milhões de empresas que estão na linha de frente das atividades econômicas foram gravemente afetadas pela pandemia. Dentre elas, mais da metade está no mercado atacadista e varejista, que na América como um todo já despencou em média, 80%. Para título de exemplo, o setor de restaurantes despencou em mais de 70%, e o de vestuário – empresa mais comum no Brasil – 83%. Um dos resultados palpáveis disso aqui no Brasil foi a demissão de 70 mil trabalhadores no comércio varejista apenas em Campo Grande (MS) no início de abril. Pesquisas do Sebrae estimam que mais de 30% das micro e pequenas empresas já realizaram demissões  (é necessário lembrar que quase 30% delas sequer possuem funcionários, o que dimensiona a gravidade dessa proporção). Os europeus estão pouco atrás na queda, com uma média de 70%, e na Ásia e no Pacífico está sendo contida a pouco mais de 20%.

Voltando ao maior agravante: também segundo a OIT, pela constante redução da quantidade de horas trabalhadas e pelo isolamento, 1,6 bilhão de trabalhadores informais podem perder seus empregos. Para compararmos, o número de desempregados no mundo, no início desta década, era de 250 milhões – hoje, temos 850 milhões. Tal progressão apenas seria comparável ao que precedeu a mencionada Grande Depressão. Com essa previsão, a catástrofe pode superar sua antecessora. Ese número estimado representaria, em harmonia com a disposição brasileira das estatísticas atuais, quase metade da força de trabalho mundial. A expectativa, também segundo a OIT, é do agravamento da crise ed a progressão pelas cadeias de abastecimento e serviços essenciais – portanto, talvez o IBRE tenha de rever os seus já mencionados cálculos (que já eram de provocar tremores).

Somente a organização com os sindicatos, com os Comitês de luta contra o desemprego e outras formas de organização independentes dos trabalhadores e sua mobilização, nas ruas, com seus próprios métodos de luta poderá abrir caminho para enfrentar essa situação e impor as reivindicações fundamentais dos trabalhadores tais como a redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários, a garantia da estabilidade no emprego etc.

Mais do que nunca, repitamos, por toda parte: “Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!”

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