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Mais crise: ministra da agricultura pede demissão de Ricardo Salles

O governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, resultado da fraude eleitoral de 2018, completou há pouco os primeiros seis meses de seu mandato e é possível concluir, com considerável segurança, a título de um balanço inicial, que a principal marca da atual gestão foram as crises. O governo de extrema-direita do ex-capitão é um governo atravessado por múltiplos conflitos, contradições e disputas internas, traços típicos de um arranjo político improvisado, feito de última hora, que não é senão um produto da dissolução acelerada do regime político burguês erguido na sequência da ditadura militar de 1964-1985.

Já presenciamos (e continuamos a presenciar) as lutas e contradições entre a chamada “ala ideológica” (família Bolsonaro, Olavo de Carvalho et caterva) e a ala militar do governo; entre o Poder Executivo, liderado por Bolsonaro, e o Poder Legislativo, comandado pelo “centrão”; no interior da equipe e dos organismo econômicos, cuja manifestação mais evidente foi o demissão do banqueiro Joaquim Levy; no último mês, tivemos os vazamentos da da operação imperialista Lava Jato, revelando as inúmeras maquinações, e arbitrariedades de Moro, Dallagnol e seus comparsas. Tudo isso se desenrolando no interior do quadro mais amplo da crise econômica geral do capitalismo mundial e da tendência ascendente de mobilização popular no país, como ficou expresso nas manifestações de 15/05 e de 30/05 e da “greve geral” de 14/06.

Agora, veio à tona mais uma crise no governo Bolsonaro.

Segundo informações da coluna Radar, da golpista Veja, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, “disse recentemente a deputados da Comissão de Meio Ambiente que tem um nome melhor para o lugar de Ricardo Salles, se Bolsonaro precisar”. Em outras palavras, a ministra da Agricultura pede nos bastidores a demissão e a substituição do atual ministro do Meio Ambiente. A ministra teria indicado como substituto, ainda segundo a revista, um técnico ligado ao denominado “agronegócio verde”, que “produz sem desrespeitar as regras de preservação [ambiental]”.

Novamente, o que temos aqui é a expressão de mais uma contradição entre duas frações da burguesia. Os ministros da Agricultura e do Meio Ambiente representam setores diferentes da burguesia brasileira, setores cujos interesses, em determinadas questões, são contraditórios.

À frente do ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles tem posto em prática uma política de ataque feroz contra a legislação ambiental, contra as regras de licenciamento e fiscalização ambiental, contras as agências e órgãos fiscalizadores. Exemplos dessa política são o desmonte do Ibama, responsável pela fiscalização de crimes ambientais, e do ICMBio, autarquia que cuida das unidades de conservação federais, bem como a defesa de uma Lei Geral do Licenciamento Ambiental, destinada a “flexibilizar”, “agilizar” a emissão de licenças ambientais. Trata-se de um programa que conta com o apoio de setores da burguesia ligados à mineração, à construção civil, à indústria ferroviária e ao mercado imobiliário.

Por outro lado, Tereza Cristina é uma representante típica dos interesses do chamado “agronegócio”, ou seja, do latifúndio agroexportador brasileiro. Como se sabe, esse setor econômico é essencialmente dependente do mercado internacional, e a legislação ambiental cumpre uma função fundamental no acesso do agronegócio brasileiro ao mercado externo, já que os países importadores dos produtos agrícolas nacionais, sobretudo os países europeus imperialistas e os EUA, costumam utilizar as normas ambientais e sanitárias como medidas protecionistas, isto é, como medidas que protegem os seus produtores locais e dificultam o acesso dos produtos vindos do exterior (no caso, do Brasil). Nesse sentido, o agronegócio necessita de uma fachada “verde”, “sustentável”, necessita de um selo de bom cumpridor das leis ambientais, para garantir a entrada de seus produtos no mercado mundial.

O governo fascista de Jair Bolsonaro é uma gambiarra política na qual contradições dessa natureza campeiam aos montes. A classe operária e as massas populares brasileiras, por meio de suas organizações de luta, devem aproveitar as crises permanentes do governo para iniciar uma ofensiva, com o fim de derrubá-lo, defender a liberdade de Lula e exigir novas eleições gerais, com Lula candidato.

 

 

 

 

 

 

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