A prefeitura de Maringá no Paraná, adotou como prática a multa para quem não usar máscara ou desrespeitar o toque de recolher instituído na cidade. As multas variam entre R$ 106,60 e R$ 533,00 . Segundo a administração as multas fazem parte das medidas de combate ao coronavírus.
A administração local se empenha em disfarçar o que é indisfarçável desde o início da pandemia de coronavírus: que não existe nenhuma ação de fato para evitar a disseminação da doença em todo o país.
Os governadores e prefeitos tentam desde o início da pandemia obter lucros políticos através da falsa guerra contra o governo federal no que diz respeito à adoção ou não da quarentena, como também ao transferir para a população a responsabilidade daquilo que é atribuição dos governos , no caso a adoção de medidas eficazes de controle da expansão da pandemia.
Multas e toques de recolher adotadas somente tem significado de houvesse de fato uma quarentena ampla e para todas as classes sociais. Qual a lógica da destas medidas se os trabalhadores continuam a sair todos os dias para trabalhar e em condições ainda piores uma vez o transporte público foi restringido?
O trabalhador não tem a escolha de ficar em casa de quarentena, ele tem que trabalhar pois na maioria das cidades o fechamento de comércio é muito limitado, e a cada dia aumenta a lista de serviços considerados essenciais. Andar em ônibus lotado é permitido, trabalhar em condições de exposição ao vírus é permitido, porém andar na rua após o toque de recolher não é. O cidadão será multado por descumprir ordem de controle sanitário.
Na verdade isto não passa de uma medida para controle social e de restrição da liberdade individual na tentativa de conter a iminente convulsão social pela fome, desemprego e morte que atinge a população brasileira.
Se é necessário o uso de máscaras, muito bem, que isso seja feito, mas é obrigação do estado, dos governos a garantia de acesso à máscaras de qualidade, acesso à transporte e condições de segurança para trabalhar. Qualquer outra medida que não venha acompanhada destas ações não passam de enganação e transferência de responsabilidade.