O futebol tornou-se nas últimas décadas um dos mercados mais rentáveis do mundo. Suas competições de clamor mundial geraram forte interesse nos grandes capitalistas que passaram a utilizar o esporte mais popular do mundo como uma grande forma de lucro.
No entanto, agora em meio a forte crise econômica mundial aprofundada pelo vírus Corona, o mundo dos esportes, em destaque o futebol, está presenciando fortes cortes salariais como maneira de conter os impactos das crises nos clubes.
Em clubes multi milionários, com jogadores que recebem altíssimos salários, o corte foi anunciado pela imprensa burguesa como um forte exemplo de “caridade” e “humanismo”. Cortar salários apareceu pela primeira vez como algo bondoso, e não um ataque a funcionários ou trabalhadores.
Contudo, por de trás de toda esta suposta “beleza”, milhares de jogadores em todo mundo terão seu salário miserável parcialmente ou completamente cortados. Pegando de exemplo o caso brasileiro, mais de 55% dos jogadores de futebol no país recebe no máximo um salário minimo, muitos não tem garantia contratual e já vivem em estado de pobreza.
Com a crise, estes jogadores serão diretamente atingidos, e seus clubes, em geral os mais pobres, sofrerão drásticas consequências.
Na série A, clubes como Ceará, Grêmio, Fortaleza, entre outros, já realizaram cortes expressivos nos salários de seus jogadores. Já clubes como São Paulo, cortarão 50% do salário sem sequer entrar em acordo com os mesmos. Se esta política é vista nos grandes clubes, aqueles que disputam as séries C e D enfrentam hoje uma situação muito pior.
Nas últimas divisões, diversos clubes já recorreram a CBF como forma de tentar-se manter minimamente em condições financeiras estáveis durante a crise. Os jogadores, muitos deles com contratos parciais, apenas para os campeonatos estaduais, se veem em estado de desespero. Seus baixíssimos salários estão sendo ameaçados e a não perspectiva de volta dos torneios ameaça diversas famílias.
Jogadores nestes clubes já revindicam garantias de contratado e de um agendamento para a volta aos gramados. Permanecer parado desse jeito levará a miséria mais da metade dos profissionais no Brasil.
A demagogia feita pela imprensa existe em um único sentido: começa-se cortando pelos jogadores, que de acordo com a propaganda são ricos, para depois chegar no que interessa, os trabalhadores.