Os negros, pardos e indígenas são maioria entre a população brasileira. Contudo, embora sejam maioria numérica, estão longe de serem maioria nas universidades do país, o que demonstra que as instituições burguesas possuem um filtro social que tem por objetivo impedir que as massas de adentrarem em seus espaços, em especial aqueles de produção de conhecimento científico e de tecnologia.
O racismo, isto é, um mecanismo de exploração de classe e de dominação política, funciona como uma engrenagem de exclusão social. Os filhos da burguesia – brancos – não tem dificuldade em entrar nas universidades, enquanto os filhos os trabalhadores explorados encontram terríveis obstáculos pela frente, sendo as condições materiais uma das principais.
Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da USP de Piracicaba essa realidade é bastante evidente. Entre os ingressantes no ano de 2019, somente 19%, ou seja, menos de 1 em cada 5 são negros, pardos e indígenas. Dos 430 ingressantes dos setes cursos oferecidos pela ESALQ, somente 81 não eram de pele branca.
Os dados revelam: o racismo e a exploração impedem pobres, negros, indígenas e pardos de acessarem as universidades. Os obstáculos são muitos e os filtros sociais funcionam permanentemente.
Somente a organização e a mobilização política dos oprimidos – pobres, negros, pardos, mulheres, indígenas- pode quebrar esses mecanismos e abrir as portas das universidades para as massas, para todas as pessoas que queiram cursar o ensino superior.