A questão do combate a violência contra a mulher voltou a ser tema com a re-exposição do caso pela imprensa golpista, em que o jogador de futebol Robinho é acusado de estupro. O caso que se passa na Itália e está em processo foi usado em momento oportuno para causar histeria na es, principalmente a parcela mais entusiasta da repressão. A repercussão do caso resultou em um passo atrás na negociação do Santos com o jogador.
Enfim, como habitual, a burguesia busca os melhores momentos e representantes da barbárie capitalista para justificar mais repressão na forma de facilitar o encarceramento, prolongá-lo e até torná-lo um inferno ainda pior. Entretanto, tal repressão não faz avançar um milímetro a solução do problema da violência contra a mulher. Esse fato é bem conhecido e só não é notado de imediato por conta do clima de frenesi causado pela burguesia.
Para o PCO, a análise da questão passa pela sobriedade de capturar os aspectos políticos e não morais, criminais do problema em curso. A repressão é desempenhada pelo judiciário e pela polícia judiciária, dois inimigos declarados da mulher e impositores de uma verdadeira ditadura e genocídio da população em geral. Qual o avanço em direção a liberdade da mulher viria pelas mãos dos seus maiores algozes?
É preciso visualizar a raiz do problema da opressão e da violência em geral: a barbárie que emerge da decadência econômica e social do capitalismo. Não é possível acreditar racionalmente que o Estado burguês pode resolver o problema que, em partes, é causado por ele. Não teremos sucesso investindo na frente com a burguesia a favor da repressão, é preciso uma alternativa independente.
Uma alternativa que considere avançar a organização da mulher em torno da sua auto-defesa, do controle operário da segurança e do tratamento dos problemas nas suas origens sociais. Que busque retirar do poder a fonte geradora da barbárie e do caos social e também da opressão contra a mulher, a burguesia. De criar um movimento das mulheres que possa reivindicar junto ao Estado Operário aberto à transformação social a solução dos seus problemas.
É preciso, acima de tudo, ser contra a repressão que recaí sobre as parcelas mais oprimidas da sociedade, o que incluí as mulheres, sobretudo as mulheres operárias. Entender que esse método de luta de frente com a burguesia é ineficaz para pôr em prática os verdadeiros interesses da mulher na sociedade e é pretexto para o aumento da repressão também para nós mulheres! Não podemos dar razão àqueles que defendem a repressão como meio de solução dos problemas sociais como Bolsonaro, os golpistas e todos aqueles que tem relações com a burguesia! Pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Pela defesa de Lula! Pela organização independente das mulheres! Pelo Estado Operário Transformador!