O coronavírus, inicialmente vitimando a população idosa, agora começa a afeta o espectro mais jovem da população brasileira. Em de São Paulo, o dr Jaqies Sztajnbok, supervisor da unidade de UTI do hospital Emilio Ribas, diz: “Estamos vendo uma prevalência de pacientes mais jovens, sem comorbidades, hospitalizados com quadros muito graves. Parece uma tendência frequente em todas as UTIs do Brasil”. Isso representa uma mudança de quadros afetados muito significativa entre a segunda fase e a primeira fase da pandemia no Brasil, depois de 287 mil mortos e 12 milhões de infeções no pais.
Além destas mudanças, os médicos averiguam pouca coisa realmente mudou. Os leitos continuam lotados em todas as regiões, fundos e ações governamentais continuam onde estiveram no inicio da pandemia, completamente parados, as mudanças reais se encontram no sofrimento da população, que é forçada a ver, dos ônibus lotados que tem que usar para ir trabalhar toda semana, em meio a uma campanha de “fique em casa”, o numero de mortos diários continuamente crescer até os 2 mil por dia.
Se isso não bastasse, a população jovem é atacada por mais uma variante do vírus. As mortes de brasileiros entre 30 a 59 anos começaram a aumentar agora em dezembro de 2020. Hoje, de 20% aumentaram para 27% do total de mortes. Enquanto isso, mortes entre maiores de 60 anos diminuíram de 78% para 71% em março de 2021.
Outro relato ilustra melhor essa mudança: “Metade dos pacientes internados em nossas enfermarias tem menos de 60 anos”, diz Luiz Carlos pereira júnior, diretor do Emilio Ribas. No começo da pandemia eram apenas 35%. Os especialistas atribuem o aumento dessas internações de jovens ao suposto não comprimento das regras de distanciamento social. “No ano passado, acho que o medo de uma doença desconhecida tinha tamanho impacto que as pessoas aderiram às medidas de proteção, que não estão sendo seguidas agora (…) Os jovens perderam o medo”, diz cinicamente Sztajnbok.
É claro, isso é uma concepção inaceitável. Não é que os jovens perderam o medo, mas que estão sem qualquer alternativa viável diante do avanço da Covid, frente a completa inatividade dos governos estaduais e do próprio governo federal. Não existe política sanitária alguma, e o resultado claro desta politica genocida de completa inatividade, pelo qual Bolsonaro é sem duvida absolutamente culpado, porem não mais culpado do que os governadores Estaduais, estão morrendo mais brasileiros do que no começo da pandemia. Os jovens não perderam o medo de morrer, perderam sim a capacidade de acreditar que o governo como ele esta, com seus lockdowns e medidas sanitárias de reabertura das escolas (uma medida genocida também) seja capaz de mudar minimamente o quadro da pandemia.