O governo imperialista dos Estados Unidos da América reteve neste ano de 2018, até setembro, um total de 12.800 (doze mil e oitocentas) crianças migrantes. Isso corresponde a 5 (cinco) vezes mais do que o ocorrido em 2017.
Como sabido, o governo Trump determinou tolerância zero em relação à migração ilegal, baixando uma política anti-imigrantes que justifica a determinação de manter as crianças retidas, separadas dos pais, enquanto durarem os processos judiciais de imigração contra seus pais.
Atualmente os centros de detenção para os imigrantes estão cheios, alcançando 90% de usa capacidade, conforme informa o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (Health and Human Services (HHS)).
Quando as crianças chegam de forma ilegal pela fronteira dos EUA com o México, elas são separadas de seus pais, que são deportados para seus países de origem, enquanto os filhos são detidos pelo HHS.
O HHS, por sua vez, os envia para o Escritório de Refugiados (Office of Refugee Resettlement (ORR)), onde passam por uma triagem e, posteriormente, são enviados para lares temporários ou famílias desconhecidas nos EUA.
O HHS afirma que não é responsável pelo futuro das crianças imigrantes que são entregues para adoção. Mas, a rigor, não se responsabilizam por elas em nenhum momento.
O caso de Yasmín Juárez, de 20 anos, guatemalteca que atravessou o Rio Grande, em março deste ano, com sua filha Mariee, de um ano e sete meses, em busca de asilo nos Estados Unidos, é uma prova de que os EUA não se importa a vida de ninguém.
Assim que as duas tentaram atravessar o Rio Grande, foram detidas na fronteira e passaram 20 dias num centro da Imigração em Dilley, no Sul do Texas.
Ali, a bebê ficou doente passada uma semana da detenção. Teve febre alta (40 graus), congestão, diarreia e vômitos. Mesmo com esse quadro, ela não foi atendida pela equipe médica enquanto esteve sob a custódia do HHS.
Assim que foram liberadas, Mariee faleceu. Por esse motivo, a mãe está processando o governo americano por homicídio, devido à negligência do Estado com sua filha.
Segundo os advogados do caso, “Mariee Juárez chegou a Dilley como uma bebê saudável e 20 dias depois foi liberada gravemente doente, com uma infecção respiratória que ameaçava sua vida”. Seis semanas depois, Mariee faleceu.
Esse triste final de uma história cheia de sofrimento é o que espera o governo Trump. Contra os pobres, contra as minorias, não há piedade ou compaixão. Se fossem consumidores abastados, entrariam tranquilamente nos EUA, mesmo de forma ilegal, sem muitos aborrecimentos.
O imperialismo é cínico, fala de paz, de ajuda humanitária, de combate à fome, mas prende crianças como se fossem criminosas, quando apenas buscam, com seus pais, uma vida melhor. Por causa dessa política de ódio aos imigrantes, um bebê perdeu sua vida, porque assistência médica não é um direito nem para os cidadãos norte-americanos, imagina se seria para uma pobre centro-americana.
Depois de explorarem a América Central de forma incansável, por meio de suas empresas, destaque para a United Fruit Company, empobrecendo os países em que se instalaram, apoiando governos opressores, os imperialismo só consegue enxergar os latino-americanos como mão-de-obra barata e a seus países como fontes de recursos, igualmente baratos.
A vida humana vale pouco para o imperialismo.