Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Fora Macron!

Macron recua e negociará com sindicalistas após greve geral

Franceses, após duas semanas em uma gigantesca greve geral, fazem o governo recuar e buscar as negociações.

Após a ameaça de uma nova reforma da previdência, agora promovida pelo governo Macron, os franceses saíram às ruas em uma greve geral histórica, mesmo para os padrões deste que é um país conhecido por sua grande organização operária e capacidade de mobilização.

Iniciada há 14 dias, a revolta que tomou conta do país promovendo um protesto de milhões de pessoas durante o último dia 5, provocou uma greve geral capaz de paralisar toda a França nas últimas duas semanas. Os sindicados, sobretudo liderados pela CGT, a principal das 5 centrais sindicais francesas, tomaram a frente junto aos operários e funcionários públicos, paralisando praticamente todas as linhas de metro, ônibus e escolas do país.

Os ferroviários são uma peça chave nisso. Além de serem os controladores de um dos principais meios de locomoção na França, estes representam um dos setores que garantiram a partir de históricas lutas importantíssimos direitos, que hoje com a reforma de Macron, serão completamente esmagados. Um fato está ligado diretamente com o outro, esses trabalhadores conquistaram os direitos devido sua grande organização sindical e importância na sociedade francesa, agora quando atacados, naturalmente representariam uma das maiores forças mobilizadoras.

Na França, o sistema de aposentaria é dividido em 42 modalidades, cada uma referente a empregos, funções e situações diferentes em que o cidadão está colocado. No entanto, a proposta de previdência que o governo imperialista dos banqueiros, liderado por Macron, busca realizar consiste na chamada “universalização” de toda a previdência, impondo a todos os trabalhadores franceses um aumento nos anos necessários para se aposentar, atingindo os 64 anos, e quebrando muitas conquistas sociais de diversas categorias por todo país.

Com o anúncio deste que é mais um ataque aos trabalhadores franceses, toda a população se revoltou e junto as confederações sindicais vem impondo uma forte pressão no governo neoliberal, que pode vir a recuar novamente diante de intensas ondas de manifestações, que tomam conta do país pela segunda vez durante o mandato de Macron, cada vez mais fortes e organizadas.

Resultado de imagem para tower closed
Mais uma vez o principal simbolo de Paris amanhece fechado.

O primeiro sinal claro deste recuo foi a aceitação de abrir negociações com os sindicatos como meio de conter as manifestações. Macron até então se mostrara inegociável, assim como na crise dos coletes amarelos, mas após duas semanas com o país totalmente parado e a volta de grandes protestos neste dia 17 que, de acordo com dados, poderiam ter ultrapassado novamente a casa dos milhões, o governo resolveu ceder.

Quanto ao caráter e as propostas a serem apresentadas nestas negociações as informações ainda são vagas, contudo, após a queda do homem chefe responsável por levar a frente a reforma, Jean-Paul Delevoye, do qual renunciou ao ser bombardeado por acusações de “atividades profissionais não declaradas”, vemos que a crise no interior do governo tende a se aprofundar e que a burguesia francesa já busca achar um meio de contorna-la.

Vemos a repercussão da crise nos principais jornais burgueses, tanto dos imperialistas franceses quanto dos brasileiros, que de forma cautelosa buscam tratar as manifestações.

Em matérias que contrastam em por panos quentes na situação e um alarde quanto ao fato da “greve estar estragando o Natal”, os jornais burgueses se dividem entre falar do caos comercial e comentar da necessidade da reforma, ao mesmo tempo em que disfarçadamente fogem do confronto direto contra os trabalhadores revoltados, assim como o governo francês, que devido a enorme crise chama de legítimas as manifestações, mas se impõe dizendo ser de “extrema necessidade” a reforma, que é uma política desesperada dos grandes capitalistas em se sustentar as custas do povo.

As reportagem tanto do jornal O Globo, quanto da colunista da revista Veja, Vilma Gryzinski, comentam a respeito dos cortes de energia elétrica que atingiram milhares de pessoas, inclusive em cidades como Lion, devido a forte greve. Chama a atenção o fato de acusarem os sindicatos como mentores isolados de uma maléfico plano, porém, admitem por fim o gigantesco apoio popular que tem todas estas manifestações.

Colunista da Veja indaga sobre “quem será o diabinho” em estragar o final de ano dos franceses. As manifestações já responderam, o fim da revolta só vem com o fim de Macron.

Se Vilma vai em direção a um sarcasmo cínico, o jornal O Globo, busca como os jornais franceses alertar com certo desespero o fato do comércio estar quebrando mesmo no período de fim de ano, graças a grande greve. Além disso dividem entre “quem será visto como culpado por não haver Natal”, algo que passa longe da cabeça dos franceses, que desde o início das manifestações disseram estar dispostos a virar o ano se for necessário nas ruas contra Macron.

A campanha da burguesia, que aos poucos adota tons de puro desespero, apelando por questões secundárias que de nada interessam o trabalhador, refletem o recuo do governo Macron, após as pressões populares, mais uma tentativa de ataque pode ser barrada, resta agora ver se o governo, assim como pede os jornais, irá conseguir se sustentar frente a tamanha crise. Para os franceses há tempos o Fora Macron é uma necessidade, as ruas já comprovaram diversas vezes, agora resta a esquerda levar a frente esta revolta.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.