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Lutar para não sucumbir

Pistoleiros mataram 5 integrantes de grupo de autodefesa desde 2016

Os indígenas que compõem os Guardiões da Floresta precisam aprimorar sua autodefesa se não quiserem sucumbir à violência do capital que quer se apossar de suas terras.

Eles querem matar todos que é pra ficar com nossa terra para produzir soja, cana, biocombustível que eles querem produzir. Querem tirar o petróleo que tem dentro das terras, ouro. Nós somos impedimento para eles”

(Laércio Guajajara, no documentário da ONG Survival International, 2018).

Os Ka’apor da Terra Indígena Alto Turiaçu, no Maranhão, criaram em 2013, um grupo a que denominaram ‘Guardiões da Floresta’. Naquele momento, os Ka’apor se impuseram a tarefa de vigiar, como possível, os caminhos na floresta, além de buscar acampamentos de madeireiros,  evitar os incêndios criminosos, e guardar a mata.

Em agosto de 2014, os Guardiões prenderam um grupo de madeireiros no interior da Terra Indígena. Eles documentaram tudo: madeireiros amarrados, maquinário queimado e acampamentos destruídos. Não tinham intenção e não feriram ou mataram ninguém, apenas capturaram os criminosos e os entregaram às autoridades. Enfim, expulsaram os que criminosamente invadiram a área indígena para explorar a madeira.

Desde então, esse grupo é alvo de ódio, de ameaças, de difamação e muita violência, incluindo assassinato de lideranças. A esses vigilantes somaram-se outros indígenas das etnias Guajajara e Awa-Guajá, que são aparentados, para proteger o que ainda resta do território de suas etnias no Maranhão.

Além dos indígenas Guajajara, Ka’apor e Awa-Guajá, também são afetados pela ação criminosa de madeireiros, mineradoras e latifundiários, os extrativistas, ribeirinhos, quilombolas, pantaneiros, entre outras inúmeras comunidades que vivem em áreas de florestas públicas comunitárias. Todos se beneficiam do trabalho dos Guardiões.

No entanto, grupos como os Guardiões são alvo maior da violência porque representam verdadeiro entrave ao avanço do capital sobre as florestas. Os indígenas, modo geral, resistem a toda ação predatória e à invasão de suas terras. Por esse motivo, apenas em 2018, segundo relatório do CIMI, Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, foram identificados 135 assassinatos de indígenas no Brasil.

Em 2019, o ataque aos indígenas se intensificou com o termino do desmonte da FUNAI iniciado com o governo golpista de Michel Temer.

Estado/Número de homicídios
Alagoas 2
Amazonas 6
Bahia (1) 4
Ceará 7
Mato Grosso do Sul (2) 38
Mato Grosso 2
Pará 2
Pernambuco (3) 2
Paraná (4) 8
Roraima (5) 62
Rio Grande do Sul 1
Santa Catarina 1
Total 135
Notas:
1 Fonte: Sesab/Suvisa/Divep/Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
2 Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
3 Fonte: SES/SEVS/DGIAEVE/SIM-PE. 
4 Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)/Divisão de Informações Epidemiológicas (Dviep)/Centro de Epidemiologia (Cepi)/Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS)/Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa/PR). 
5 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/Sesau-RR. 

Os indígenas são considerados inimigos pelo governo fascista de Jair Bolsonaro e, por isso, suas vidas foram entregues à própria sorte, quase que com a chancela do Planalto para que as lideranças sejam exterminadas.

No ultimo dia 01 de novembro, um dos guardiões da Floresta, Paulo Paulino Guajajara, foi assassinado a tiros, na Terra Indígena Arariboia, no Estado do Maranhão. Ele estava acompanhado de Laércio Guajajara, outra liderança da região, que conseguiu fugir apesar de ter recebido tiros no braço e nas costas, e outros de raspão.

Genésio, Aponuyre, Isaias e Assis, Guajajaras assassinados em 2016

Os Guardiões da Floresta vão continuar sendo perseguidos e mortos por pistoleiros e não receberão ajuda do Estado. Não resta dúvida de que a saída é mais treinamento para autodefesa e equipar-se para enfrentar, à altura, os jagunços dos madeireiros, mineiros e latifundiários. Eles conhecem a floresta melhor que ninguém e podem usar isso em seu favor, mas no contexto atual, de estado de exceção, de ousadia fascista, é necessário elevar o tom. A denuncia é importante, mas não é suficiente.

 

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