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De nada serve o luto dos inimigos dos negros, dos pobres e da juventude no Rio

Bruna Silva, mãe do menino Marcos Vinicius da Silva, o estudante baleado durante uma operação do Exército em conjunto com a Polícia civil no complexo da Maré, Zona Norte do Rio,  prestou depoimento no início da manhã de ontem (25), na Delegacia de Homicídios (DH) da Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Em solidariedade à família, a Prefeitura do Rio decretou luto oficial de três dias pela morte de Marcos Vinícius.

O estudante foi baleado quando estava a caminho da escola no Complexo da Maré, Zona Norte da cidade. O ato assinado pelo prefeito Marcelo Crivella e publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial determina que a bandeira do município seja hasteada a meio mastro nas repartições públicas da cidade durante o período.Foi registrada na manhã deste sábado, pela primeira vez, uma morte em confronto envolvendo militares que atuam na Maré Thiago Lontra / Agência O Globo

Não obstante o acolhimento com este ato emblemático contra a violenta ação que vitimou o menino, o que vem pela frente é o inquérito instaurado por quem tem interesse que não dê em nada: a própria polícia comandada pelo Exército.

A Polícia Civil informou, por meio de nota divulgada na sexta-feira, que está empenhando todos os esforços para esclarecer os fatos que resultaram na morte do adolescente Marcos Vinicius. De acordo com o comunicado, todos os protocolos de investigação estão sendo adotados pela DH da Capital, responsável pelo inquérito aberto para apurar o caso. A especializada realizou perícia no local e já ouviu testemunhas que socorreram a vítima.

Sim, ela deverá apurar de quem é a responsabilidade pela morte do adolescente. Em outras palavras, deve apurar de quem foi o disparo que atingiu o menino? Se foi do policial, caberá saber se a conduta dele se justifica ou não? Se o motivo que o levou a atirar justifica com a morte do menino ou não. Se teve culpa o menino e despertar no policial o disparo que o matou!?

Indo por aqui já dá para antever a aberração disso e dessa investigação! Porque todo mundo sabe que foi um erro do policial que atirou. Segundo o menino mesmo, que antes de morrer confidenciou à mãe o que viu para sua mãe, um policial teria disparado contra ele do caveirão. Mas, se a mãe não tiver testemunhas sobre o que escutou do seu filho no momento derradeiro, isso não terá validade. Restará à perícia, na reconstituição dos fatos, deduzir pela trajetória da bala de quem foi o responsável pelo disparo. Ou antes, se se trata de munição dos policiais ou Exército.

Nesse direcionamento investigativo, na realidade, poderiam chegar ao absurdo de tentar impor a conclusão de que o Rio está repleto de terroristas, com células articuladas com crianças bombas, prontos para impedir a pacificação do Rio pelos bondosos militares!!!

Querem que as crianças carreguem a culpa e absolvam a manobra desastrosa dos milicos. A culpa, tanto nestes casos de bala perdida como em outros, investigará se houve intensão de matar(dolo) ou não(culpa), para usar de rigor jurídico. Neste caso, o de culpa sem intensão de matar, a justiça também levará em conta a negligência, imprudência ou imperícia.

Sem dúvida alguma, deveria ser considerado o dolo neste caso. O policial e o exército investem contra a comunidade atirando sem economia querendo matar supostos traficantes, sem processo, sem julgamento, sem existência de pena de morte etc.

Estão impondo uma guerra contra o povo pobre, negro e trabalhador para justificar a sua atuação, as “sucessivas aproximações”, e até mesmo, o objetivo final deles, a institucionalização da intervenção militar em um nível mais profundo no regime político.

Nestas condições, o luto ou a bandeira a meio pau, não são mais do que uma falsidade de um regime de terror contra o povo trabalhador e as centenas de jovens e negros assassinados pelas forças de repressão, com maior intensidade após a intervenção militar.

A situação mostra a necessidade de ma reação contundente contra essa política golpista, que se aprofunda com a intervenção militar e dá mostras de sua intenção de tomar o Brasil com uma grande ditadura militar mascarada por uma falsa democracia. E a única política contundente é a organização da comunidade em comitês sendo capacitadas para enfrentar atitudes golpistas como esta, que mais não querem do que roubar nossas vidas, nossas poucas alegrias, e nos escravizar para reproduzir e garantir a riqueza de uns poucos desse mundo.

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