É preciso ter um certo enfrentamento”. “Ir para frente, avançar… mesmo agora, nas eleições”. “Dar uns coices:.
Estas e outras expressões foram usadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua conversa na cárcere da Po[icia Federal, em Curitiba, com os jornalistas Mino Carta e Fernando Morais, nessa quinta (dia 11).
Como eles afirmaram na saída do encontro, e como é de conhecimento de todos, ambos não são militantes ou mesmo filiados do PT e nem pode ser acusados de serem “radicais” do PCO. Lula mandou o recado por elemento moderados da esquerda, um deles homem de negócios, que apoiou o candidato abutre, Ciro Gomes, que no mesmo dia embarcou para Europa, para curtir férias com a família, enquanto a elementos fascistas matam e agridem negros, mulheres, gays, sem terra, ativistas de esquerda pelo País, enquanto seu “führer” anuncia um ministério formado por generais golpistas, economistas entreguistas, dirigentes de organizações do latifúndio assassino se sem terras e suas lideranças e do ensino à distância (para destruir o ensino público e todos os serviços essenciais à população).
Na conversa o ex-presidente usou como metáfora, a memorável luta entre Muhammad Ali contra George Foreman, em 1974, no Zaire, para dizer que não se pode ficar apenas apanhando, é preciso partir para o ataque, única forma de conter a ofensiva e derrotar o adversário; que não vai ser contido com discursos e preces e muito menos com “aliados” que – de fato – estão pela vitória do adversário e que não querem que os explorados e suas organizações lutem com suas próprias armas, com sua organização e mobilização.
Ao contrário da postura covarde, capituladora adota pela maioria da esquerda desde a desistência da candidatura de Lula exigida pelos generais (por meio do ministro do Exército), pelo judiciário, monopólios dos meios de comunicação e todas as alas golpistas; ao contrário da ilusão eleitoral em eleições totalmente fraudulentas, ao contrário da busca de alianças com setores golpistas, é preciso unir a esquerda, os que lutaram e lutam contra o golpe, os milhões que estão sendo atingidos pelas medidas do golpe e suas organizações de luta, precisam se unificar, uma vez mais, para sair às ruas, para organizar uma gigantesca mobilização para enfrentar e derrotar o golpe que avança.
Uma mobilização com as armas próprias dos trabalhadores, que não são as urnas viciadas e controladas pela direita golpista, mas – principalmente – a mobilização, o “enfrentamento” nas ruas e onde for preciso dos bandos fascistas que agem a serviço dos interesses do grande capital internacional que está destruindo a economia nacional e fazendo retroceder como nunca as condições de vida do povo brasileiro.
Nesta luta, não é o caso, de modo algum, de esconder Lula, mas de colocar no centro da mobilização a luta pela sua liberdade, aspecto fundamental para unificar e reforçar a presença na luta dos setores mais combativos dos explorados. Não é o caso de ocultar as bandeiras vermelhas, da esquerda, do PT, do PCO, da CUT, do MST, da CMP etc das organizações de luta da classe trabalhadora e de todo o povo explorado. Pelo contrário, é preciso levantar as bandeiras, organizar os comitês de auto defesa, multiplicar os comitês de luta contra o golpe e pela liberdade de Lula etc., convocar amplamente, o quanto antes, o Congresso Nacional do Povo Brasileiro, convocado pelo pela Frente Brasil Popular, realizar a II Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe.
Estas e outras questões estarão em debate na 29ª Conferência Nacional do Partido da Causa Operária que se realiza nesse fim de semana, em São Paulo. E, por certo, devem estar no centro dos debates de todas as organizações dos trabalhadores, da juventude, das mulheres, negros, dos defensores dos direitos democráticos do povo brasileiro etc. nos próximos dias. Para passar à reação, partir para o necessário enfrentamento.