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Contra o golpe de Estado

Lula precisa ser candidato: exigir um governo dos trabalhadores

O ex-presidente é um fenômeno político que expressa os interesses e aspirações da classe operária, que passam necessriamente pelo apoio eleitoral, mas vão muito além

Nesta segunda-feira (8), após a anulação de processos da Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuperou seus direitos políticos. A notícia ganhou o País. De um lado, a burguesia procurava ocultar mais uma derrota do regime. Do outro, as massas de trabalhadores e da juventude vibraram, fazendo com que palavras de ordem de Lula Presidente 2022 e Lula Livre tomassem conta das redes sociais. Diante desta enorme polarização política, torna-se mais clara a necessidade de exigir a candidatura de Lula à presidência da República e por um governo dos trabalhadores.

A candidatura de Lula aparece para um setor importante da classe operária brasileira, como uma expressão dos seus interesses e aspirações. Após tudo o que houve no País e os 580 dias que o ex-presidente passou preso em Curitiba, esta compreensão, por parte da população, cresceu e se fortaleceu ainda mais. Se para a população isto é algo intuitivo, para a esquerda que é contra os golpistas e a burguesia, ou mesmo os que se reivindicam defensores dos direitos democráticos da população, apoiar a candidatura de Lula é um dever, uma questão de princípios políticos.

O País, desde 2016, vive sob um golpe de Estado, que derrubou a presidenta Dilma Roussef (PT) e impôs um governo de direita por fora das urnas. Devido à reação popular contra o golpe, o regime entrou em crise. Para se manter no controle, em 2018 a burguesia fechou ainda mais o regime, num segundo golpe de Estado. Desta forma condenou, prendeu e cassou o ex-presidente Lula, impedindo-o de ser candidato e colocando Bolsonaro no poder.

O anúncio da recuperação dos direitos políticos de Lula causou mal estar na burguesia. A Bolsa de valores rapidamente reagiu, com queda de quase 4%. Uma chantagem dos capitalistas e especuladores diante da derrota do regime.

Não foi diferente com os abutres. Nas redes sociais, figuras como Ciro Gomes reagiram de forma agressiva, dizendo que a devolução dos direitos de Lula era uma farsa. O apresentador da rede Globo, Luciano Huck, falou que Lula é “figura carimbada”.

É preciso compreender que Lula é um fenômeno político que se divide entre a sua política, tradicionalmente conciliatória, e o que ele representa de fato para a grande massa dos trabalhadores e da população brasileira, que o apoia.

Lula não deve ser entendido de um ponto de vista ideológico. Ele já foi radical e já foi moderado em diversas oportunidades, de acordo com as necessidades e pressões do movimento que o apoia. Mudou em diversas oportunidades, acompanhando, nas altas e nas baixas, o desenvolvimento do movimento de massas da classe operária, que o escolheu como liderança – no marco da luta contra a burguesia que deu o golpe de 1964.

Esta capacidade de Lula em acompanhar o movimento de massas, conseguir assimilar suas reivindicações, fez com que ele, que fora apresentado ao movimento sindical pelo seu irmão, viesse a se tornar fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) – dois instrumentos de luta que a classe trabalhadora brasileira forjou na sua luta contra a ditadura militar.

Desta forma, mais importante do que Lula pensa ou faz, está o que ele representa para a classe que o escolheu como liderança, ou seja, para os trabalhadores. Isto explica porque, apesar da sua ideologia de esquerda reformista, moderada, o ex-presidente hoje é considerado pela burguesia como um elemento radical. A classe dominante entende que ele é pressionado pela sua base social, que em meio à radicalização atual, tem poder para incliná-lo a um programa que transcende as suas próprias opiniões e limitações ideológicas.

Este é o ponto central. A radicalização atribuída a Lula pelos capitalistas, que romperam com o PT e deram o golpe de Estado, é na verdade uma constatação da radicalização das massas exploradas e oprimidas neste País, que veem no apoio ao ex-presidente, a maneira de reverter tudo o que os golpistas fizeram e lutar para conquistar as suas reivindicações.

É neste sentido que a candidatura de Lula, independente do programa de Lula, é um instrumento para agrupar os trabalhadores, a juventude e os explorados, na luta contra o golpe de Estado, a burguesia, a direita e a extrema direita.

Por isso, é preciso apoiar a candidatura do ex-presidente Lula com um programa para os trabalhadores. A eleição de Lula, pura e simplesmente, não significa um governo dos trabalhadores. Porém, os interesses pelos quais as massas o apoiam, como suas aspirações por condições melhores de vida e de progresso social, são sim o elemento básico para a constituição de um governo dos trabalhadores da cidade e do campo, que busquem, na sua própria organização, sua emancipação diante do regime capitalista e golpista no Brasil.

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