O pronunciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizado no feriado de 7 de setembro ultrapassou a marca de um milhão de visualizações pela internet, divulgado por um amplo leque de portais da esquerda, de organizações sindicais e populares.
Sua fala foi marcada por um dura denuncia do genocídio que a direita impõe ao povo brasileiro que, como assinalou Lula, colocam o Brasil “vivendo um dos piores períodos de sua história… com 130 mil mortos e quatro milhões de pessoas contaminadas, estamos despencando em uma crise sanitária, social, econômica e ambiental nunca vista”que fazem com que “mais de duzentos milhões de brasileiras e brasileiros acordem, todos os dias, sem saber se seus parentes, amigos ou eles próprios estarão saudáveis e vivos à noite”.
O ex-presidente responsabilizou diretamente o governo Bolsonaro e o golpe de Estado por essa situação, na qual predomina a dominação dos banqueiros sanguessugas e os interesses imperialistas, por meio da intervenção do governo norte-americano citada por Lula. Também criticou a militarização do governo e a submissão destes até mesmo colocando um general brasileiro sob as ordens diretas de militares norte-americanos.
O mais importante, no entanto, foi que Lula não se limitou a atacar duramente o regime de lesa-pátria em vigor no País e não se se colocou a vender ilusões – como fazem certos setores da esquerda – de que seria possível reverter essa situação por meio de eleições municipais, acordo com setores golpistas etc.
Após anunciar que tem “refletido muito sobre o Brasil e sobre mim mesmo, sobre meus erros e acertos e sobre o papel que ainda pode me caber na luta do nosso povo por melhores condições de vida”, apontou suas enorme disposição de se “concentrar, ao lado de vocês, na reconstrução do Brasil como Nação independente, com instituições democráticas, sem privilégios oligárquicos e autoritários. Um verdadeiro Estado Democrático e de Direito, com fundamento na soberania popular, mesmo apontando que. Uma Nação voltada para a igualdade e o pluralismo. Uma Nação inserida numa nova ordem internacional baseada no multilateralismo, na cooperação e na democracia, integrada na América do Sul e solidária com outras nações em desenvolvimento.”
Ele fez um rápido balanço da própria experiência para concluir que “minha longa vida, aí incluídos os quase dois anos que passei em uma prisão injusta e ilegal, me ensinou muito. Mas tudo o que fui, tudo o que aprendi cabe num grão de milho se essa experiência não for colocada a serviço dos trabalhadores” e se colocar ” à disposição do povo brasileiro, especialmente dos trabalhadores e dos excluídos.”
Deixando de lado as diferenças políticas que temos com seu programa mais geral e sua política de um ponto de vista concreto e sobre o caráter revolucionário que a mobilização precisará ter para derrotar de forma cabal o imperialismo e sua politica golpista, o posicionamento de Lula, reforçam o acerto da politica defendida pelo PCO, de unidade da esquerda em torno da defesa da luta pelo Fora Bolsonaro, pela anulação da criminosa operação Lava Jato, pela devolução dos direitos políticos de Lula, por eleições gerais livres e democráticas e na defesa da candidatura presidencial de Lula.
Reforçamos nosso chamado a toda esquerda, a todas organizações dos trabalhadores e demais explorados, a nos unirmos
por Lula presidente.