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Liberdade para Lula

Lula não pode esperar 3 anos preso

Na última quinta-feira (3), o secretário-geral da CUT Sérgio Nobre pediu para que Lula aguardasse mais três anos preso, quando supostamente a esquerda ganharia as eleições.

Na última quinta-feira (3), o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, visitou o ex-presidente Lula no prédio da Polícia Federal, em Curitiba, onde se encontra preso ilegalmente há mais de 500 dias. Após a visita, Nobre fez algumas considerações sobre o 13º Congresso Nacional da CUT e mandou o seguinte recado ao ex-presidente:

Resiste aí, presidente, que nós vamos fazer a luta aqui e, com certeza, daqui a três anos, subiremos juntos, novamente, a rampa do Palácio do Planalto.

Ao declarar que Lula deveria aguardar três anos para ver a esquerda vencer as eleições presidenciais, Sérgio nobre está se mostrando partidário de uma política de paralisia do movimento operário. Afinal, considerar que o governo Bolsonaro e a prisão de Lula são problemas que só poderão ser resolvidos em 2022 não coloca, para nenhuma organização, uma perspectiva de luta.

A luta contra o golpe, que vem adquirindo uma dimensão massiva desde 2015, está crescendo na medida em que se aprofundam os ataques da direita aos trabalhadores. Em 2016, quando o impeachment da presidenta Dilma Rousseff estava cada vez mais próximo de ser conquistado pela direita, vários atos nacionais foram convocados pela CUT, pelos sindicatos e pela esquerda em geral. No fim do ano, estudantes ocuparam universidades e escolas no país inteiro. Em 2017, militantes de todo o país foram até Curitiba para impedir que Lula fosse preso enquanto estivesse prestando depoimento ao então juiz Sérgio Moro. Pouco tempo depois, um grande ato em Brasília convocado pela CUT levou os trabalhadores e a população em geral a se enfrentar com o Exército, que havia sido acionado pelo governo Temer.

Em 2018, milhares de militantes e ativistas foram até o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo para impedir que a ordem de prisão dada a Lula por Sérgio Moro fosse cumprida, o que causou um grande impasse no regime político. Pouco tempo depois, os caminhoneiros pararam o país, deixando o governo Temer no ponto de ser liquidado por uma greve geral dos trabalhadores, que não foi desenvolvida a tempo. Em maio de 2019, mais de um milhão de pessoas foram às ruas para contestar o governo Bolsonaro, em atos convocados contra os cortes na Educação.

Todo esse histórico de luta apresentado só aconteceu porque a política que guiava esses movimentos era uma política de choque contra as instituições. Os trabalhadores não foram até São Bernardo para vencer uma eleição, mas sim para impedir, na marra, que Lula fosse preso. A política de aguardar três anos para que uma eleição seja realizada não irá colocar nenhum setor fundamental da luta contra o golpe em movimento.

As condições para se desenvolver uma luta ampla e com reivindicações imediatas estão dadas. O governo Bolsonaro se encontra em uma crise profunda, uma vez que não consegue dar continuidade ao programa econômico da burguesia e é contestado diuturnamente nas ruas. Somente no festival Rock in Rio, cem mil pessoas gritavam em coro pelo fim do governo.

Como resultado da crise do governo Bolsonaro, a farsa que foi montada para colocar o ex-presidente Lula na cadeia está cada vez mais escancarada. Em mais de cinco anos de perseguição, a Polícia Federal não encontrou uma única prova de que o maior líder popular do país tenha cometido algum crime. Por outro lado, são inúmeras as provas de que a Lava Jato não passa de uma conspiração teleguiada pelo imperialismo contra os interesses do povo brasileiro. Várias figuras públicas da direita brasileira, que estão profundamente comprometidas com o golpe, como é o caso do jornalista Reinaldo Azevedo e do ministro do STF Gilmar Mendes, já estão denunciando os crimes da Lava Jato, em uma tentativa de salvar sua imagem diante da impopularidade à qual o combate à corrupção foi relegado.

Além de a política de aguardar até 2022 para ver alguma perspectiva de melhora das condições de vida de um povo que está sendo governado por uma corja de golpistas não apontar uma perspectiva de luta para o movimento e de ser contrária às tendências fortíssimas à revolta da população diante da crise do regime político, é necessário considerar que as eleições não estão garantidas. O governo Bolsonaro foi imposta para travar uma política de guerra contra toda a população – e, diante disso, utilizará todos os mecanismos necessários para manter a direita no poder.

Se a esquerda não aproveitar o momento para derrotar a direita agora, enquanto está em crise, a burguesia irá encontrar uma forma de reorganizar uma ofensiva duríssima contra a população. Como o próprio Bolsonaro já declarou várias vezes, ao elogiar torturadores como Pinochet e Carlos Brilhante Ustra, se a extrema-direita tiver condições, irá instaurar um clima de terror para conseguir implementar a agenda neoliberal dos bancos. E isso não vai ser impedido por meio de uma eleição.

Por fim, pedir que Lula aguarde mais três anos na prisão é ignorar que os direitos democráticos do maior líder popular do país estão sendo rasgados – e, consequentemente, os direitos políticos de toda a população. A tarefa de qualquer organização de esquerda e dos setores democráticos não pode ser, portanto, permitir que a direita destrua os direitos políticos do povo.

É preciso tirar Lula da cadeia imediatamente, sem quaisquer condicionantes. Para isso, é preciso organizar um grande movimento pela liberdade de Lula, dirigido pelos trabalhadores e que coloque em xeque o regime político golpista. Nesse sentido, é fundamental que o 13º Congresso da CUT se proponha a impulsionar essa mobilização. Liberdade para Lula já! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

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