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Esquerda pequeno-burguesa

“Lula Livre não unifica”, mas agora Freixo faz demagogia eleitoral

Contrariando à sua recusa em lutar pela liberdade de Lula, o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) compareceu ao primeiro ato público do ex-presidente após sair da cadeia.

O dia 9 de novembro de 2019 foi mais um dia marcante para a luta contra o golpe: o ex-presidente Lula, encarcerado pelos golpistas durante 580 dias, participou de seu primeiro ato público após ter sido sequestrado pela Polícia Federal em abril de 2018. O ato, que aconteceu no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, no ABC Paulista, em São Paulo, reuniu milhares de militantes e ativistas, como era de se esperar, e expôs a fortíssima tendência à mobilização dos trabalhadores na nova etapa política que se coloca.

O discurso de Lula, além de ser acompanhado entusiasmadamente pelos milhares de manifestantes presentes, também foi acompanhado por todos os órgãos da imprensa burguesa e da imprensa da esquerda nacional, bem como por milhões de pessoas que assistiram sua gravação por meio da internet. Foi, portanto, um evento político de gigantesca magnitude.

Um evento como esse, embora fundamental para os setores mais combativos do movimento operário e popular, costuma também atrair setores que estão interessados em se valer da mobilização das massas para aplicar uma política eleitoral. É o caso, conforme ficou nítido, do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que esteve presente no ato e permaneceu ao lado de Lula durante todo o discurso do ex-presidente.

O que chama a atenção em relação à presença de Marcelo Freixo no ato é que o deputado foi um dos principais propagandistas, no meio da esquerda nacional, de que a luta pela liberdade de Lula não deveria ser uma bandeira central da luta popular. Segundo disse o próprio Freixo, a luta pela liberdade de Lula “não unifica” – o que levava à conclusão de que essa pauta deveria ficar restrita a setores específicos da esquerda.

Acontece, no entanto, que a campanha contra a prisão de Lula e a campanha pela sua liberdade se mostrarão um fator fundamental de mobilização dos trabalhadores contra a direita golpista. Em todo o país, foram criados, nos últimos anos, milhares de comitês pela liberdade do ex-presidente – não há, hoje, nenhuma outra bandeira sob a qual tenham sido criados tantos comitês. Foi também sob a bandeira da liberdade de Lula que foram realizados dois atos em Curitiba no último período, mobilizando pessoas de vários estados do país. E, por fim, foi a luta pela liberdade de Lula que levou o golpe de Estado a seu maior impasse: em 2018, em São Bernardo do Campo, a mobilização revolucionária dos trabalhadores impediram que o ex-presidente fosse preso por mais de 24 horas, o que poderia levar a uma crise sem volta no regime político.

A liberdade de Lula unifica, sim. Pois Lula é a maior liderança que o movimento operário possui e, como é o maior perseguido político do regime golpista, é também cada vez mais apoiado pelo povo brasileiro, que vê no ex-presidente uma ferramenta importante para lutar contra a ofensiva da direita. Não é à toa, portanto, que, mesmo estando preso e sendo sabotado de todas as maneiras pela burguesia, Lula liderava todas as pesquisas de intenção de voto para presidente da República nas eleições de 2018. Se as eleições daquele ano fossem minimamente democráticas, Lula certamente que ganharia no primeiro turno.

A liberdade de Lula só não unifica com os setores que querem manter a população submissas às atrocidades do regime político. A burguesia, desde o “centrão” até a extrema-direita bolsonarista, passando pelos militares, não querem que Lula participasse da política nacional, pois sua influência é tamanha que poderá levar o país a uma convulsão social. “Lula livre não unifica” é uma palavra de ordem da direita, que entra em desespero toda vez que tem que lidar com Lula, seu “calo no sapato”.

O fato de a palavra de ordem de “Lula livre não unifica” ser uma política de colaboração com os interesses da burguesia se mostrou real por meio do próprio Marcelo Freixo. O deputado, que rejeitou colocar a campanha pela liberdade de Lula como uma prioridade da esquerda, foi visto conversando com o fascista Kim Kataguiri (DEM-SP/MBL) e aceitou participar de uma entrevista amigável com a golpista Janaína Paschoal (PSL-SP). De fato, se o interesse é se unificar com o MBL e o PSL, Freixo não pode carregar em suas costas o carimbo de “Lula Livre”.

Se Freixo é contra a liberdade de Lula, por que, então, aparecer em São Bernardo do Campo? A resposta é simples: com Lula preso, a burguesia parte para a ofensiva e Freixo se vê diante da necessidade de colaborar com a direita para sobreviver dentro do regime político. Afinal, Freixo é um parlamentar e, como tal, procura agir de acordo com seu interesse de se perpetuar no cargo. Com Lula solto, por outro lado, o ex-presidente passa a ser um fator que não pode ser ignorado: se Freixo resolve se indispor com Lula no momento em que este retomou seu papel de principal liderança política do país, sua carreira vai abaixo.

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