Neste domingo (15/11) o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva após votar em São Bernardo, São Paulo, em entrevista coletiva à imprensa, foi questionado, e às vezes praticamente interrogado, pelos jornalistas que ali estavam. Na sua coletiva, Lula fala sobre sua prisão política, motivo pelo qual foi impedido de votar nas fraudulentas eleições de 2018, sobre o suposto apoio do PT a Guilherme Boulos em São Paulo, seu “encontro” com o abutre Ciro Gomes.
Prisão de Lula: 580 dias de masmorra e direitos políticos cassados
Lula permaneceu preso durante um ano e seis meses, desde o dia em que o juiz de primeira instância do Paraná, Sergio Moro, o condenou em um processo farsa que julgava um suposto triplex que “talvez” pertenceria a Lula. Coisa que nunca foi, de fato, comprovado. O que já colocaria, por si só, o julgamento por esse caso de total irrelevância para o bueiro dos processos falsos. O maior problema é que a fraude orquestrada pela operação Lava Jato tinha como propósito prender Lula. E para isso, que se caracteriza como uma prisão política escancarada, não é preciso provas.
A prisão política de Lula é consequência direta do golpe de Estado; e como no processo de impeachment que desmantelou o governo legítimo de Dilma Rousseff, as “pedalas fiscais”, o “crime de responsabilidade” era o que havia de mais irrelevante do processo, embora seja seu conteúdo jurídico. Era necessário, do ponto de vista da burguesia, prender Lula para retirar seus direitos políticos para manipular facilmente a situação. E também, era evidente, que tal manobra não dependia só da burguesia brasileira.
Foi necessário a ingerência do imperialismo, em especial o norte-americano, para orquestrar o golpe de Estado, a prisão de Lula e o que está aí: o governo genocida de Bolsonaro. Coisa que foi denunciado até pelo próprio ex-presidente, em diversas entrevistas concedidas das masmorras de Curitiba onde ele esteve presente na sua prisão política. Foi graças a manobra golpista, tendo seu ponto alto a prisão do ex-presidente, que garantiu a vitória de Bolsonaro. Tornando assim um governo ilegítimo desde seu início.
Sobre Boulos: “Gleisi cumpriu com seu papel de presidenta do partido, Tatto é o candidato”
Após ser interrogado por um jornalista sobre o encontro de Gleisi Hoffman com Jilmar Tatto, o que já é colocado de maneira extraordinária na pergunta sendo que é algo que deveria ser comum em uma eleição, que discutiu supostamente a retirada do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) para apoiar Guilherme Boulos, candidato lançado pela legenda do PSOL e que praticamente não possui votos, mas é apoiado por toda imprensa golpista como “o candidato” de esquerda. A jornalista porta-voz da opinião não dela, mas do jornal a qual ela trabalha terminou dizendo que se o PT não “tardou” nessa posição de capitulação política, de retirar sua própria candidatura para apoiar uma totalmente secundária e maleável pela direita.
Lula rebate prontamente a pergunta, inclusive esclarecendo a reunião que foi totalmente distorcida pela imprensa burguesa da mesma forma que foi distorcida na pergunta. Na oportunidade, pode responder e colocar uma pedra no assunto; mesmo que fosse distorcida mais uma vez…
Lula afirma:
“A Gleisi apenas cumpriu o papel dela de presidenta do Partido. Ela foi demandada, ela foi procurada. E ela procurou quem [para discutir]? O candidato. E, segundo as informações, ela disse ao candidato que defendia única e exclusivamente o direito dele [Tatto]; ninguém poderia dizer o que ele iria fazer. Era uma coisa dele! (…) E o candidato disse: ‘eu vou continuar candidato, eu vou continuar candidato!’ e isso era somente ele que poderia falar. Acho que foi uma atitude correta dela de procurar o partido para discutir isso. E acho que foi uma atitude soberana dele [Tatto] de não retirar a candidatura”
Colocando assim água no chopp da política de frente ampla em cima da candidatura da Folha, Guilherme Boulos.
Lula: Um abutre como Ciro Gomes não se senta para conversar
Na ocasião Lula foi questionado sobre o suposto encontro com Ciro Gomes onde, nas páginas dos jornais, aparecia Lula com o abutre maior discutindo uma chapa à presidente. Também Lula aproveitou para denunciar a manipulação. “Lula e Ciro lado a lado na frente ampla?”
“A gente não poderia conversar isso, porque se a gente tivesse sentado para conversar isso a gente não teria sentado”, respondeu Lula.
Lula esclareceu que Ciro Gomes é um adversário do PT. E joga mais um balde de água fria na política da frente ampla
Para derrotar Bolsonaro e toda direita golpista, Lula Candidato em 2022″
“Precisamos de uma candidatura de esquerda para gente, sinceramente, varrer esses genocidas, liderados por milicianos, em 2022” e assim termina a entrevista coletiva de Luís Inácio Lula da Silva, aquele que pode realmente mobilizar a população para derrotar Bolsonaro em qualquer eleição. Para isso é preciso desde já, como fez o Partido da Causa Operária, criar um movimento de apoio para colocar Lula nas eleições presidenciais. Somente assim o desfecho que o próprio Lula falou será real e viável como saída para situação política brasileira, um regime político em crise.
Somente um movimento de toda esquerda pela candidatura de Lula em 2022 pode, de fato, usar das eleições para impor uma derrota aos golpistas e ao imperialismo. É preciso denunciar o caráter golpista da frente ampla e lutar nas ruas por uma candidatura da população, dos trabalhadores e principalmente da classe operária: Lula presidente!