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Lula 2022 só com mobilização

Lula, candidato da burguesia ou candidato dos trabalhadores?

Os "afagos" a Lula são uma ameaça contra Bolsonaro , Lula não é uma alternativa real para a burguesia que não o quer na presidência em 2022 assim como não queria em 2018

Com a aproximação da campanha eleitoral presidencial de 2022 vemos a intensificação nas manobras da burguesia, sobretudo através da sua imprensa, para definir o candidato oficial da burguesia. Embora existam tentativas de impulsionar figuras execráveis e totalmente impopulares como alternativa, que vão desde João Doria até Luciano Huck, a polarização entre Bolsonaro e Lula se impõe cada vez mais diante da incapacidade de a burguesia criar um candidato alternativo para a disputa.

Para tratar o impasse a burguesia tem usado as ameaças a Bolsonaro e supostos afagos a Lula. À primeira vista e sem uma análise real, a imprensa golpista parece atacar Bolsonaro e querer uma aproximação com Lula, o que seria uma grande contradição dada a atuação dos golpistas por exemplo no golpe de 2016 e no apoio a Bolsonaro em 2018.

A burguesia que perseguiu o PT e elegeu Bolsonaro teria sofrido uma reviravolta na sua consciência? Pensar assim seria, para dizer o mínimo, ingenuidade. Os afagos ao ex-presidente Lula não são afagos e nem são direcionados a Lula, é mais uma forma de ameaça ao próprio Bolsonaro, assim como o suposto antibolsonarismo da imprensa, a campanha farsesca em torno da vacina da burguesia e agora a chamada CPI da COVID  para fazer Bolsonaro ceder aos interesses da direita tradicional.

Entre Lula e Bolsonaro a burguesia escolhe Bolsonaro, como ficou bem claro em 2018, o mesmo caminho se repete agora. Em 2018 a burguesia que hoje “afaga” Lula, forjou um processo e prendeu o ex-presidente para criar uma opção eleitoral para a direita, o que não conseguiu mesmo com todas as manobras. A mesma burguesia que hoje é antibolsonarista e tenta controlar o “Fora Bolsonaro”, em 2018 criou o “Ele não” como último recurso para alavancar alguém da direita tradicional.

No final das contas, no entanto,  escolheu apoiar  Bolsonaro e levá-lo ao poder acreditando que conseguiria controlar o governo Bolsonaro enquanto continuava sua jornada em busca de um genuíno representante da burguesia para disputar as próximas eleições. Visivelmente o plano não tem corrido conforme a direita tradicional esperava: a extrema direita bolsonarista por conta das suas bases conseguiu uma relativa independência da direita e a busca por um representante legítimo da burguesia nas eleições de 2022 está cada vez mais distante.

A diferença agora seria então a possibilidade de apoio à candidatura de Lula. O que existe apenas como forma de ameaça ao bolsonarismo por ser o único nome capaz de desbancar Bolsonaro em uma disputa eleitoral, mas que não é uma alternativa real para a burguesia que não quer Lula na presidência em 2022 assim como não queria em 2018.

O “apoio” da burguesia a Lula não aconteceria simplesmente pela deterioração econômica mas sim diante da necessidade de conter um movimento radical das massas, como aconteceu em 2002 quando a direita tradicional deixou Lula chegar ao poder por não ter condições de segurar a explosão social. No momento o que a burguesia sem um nome próprio, demonstra não um interesse em permitir que o PT volte à presidência, mas sim em manobrar para que Bolsonaro entre na linha e aceite a vontade da direita tradicional sob a chantagem de apoiarem Lula em seu lugar.

A mais nova manobra que deixa isto evidente é a CPI da COVID que tem como proposta desmoralizar e enfraquecer o governo Bolsonaro para as eleições de 2022 mas que não consegue atacar Bolsonaro e está desmoralizando a própria burguesia uma vez que o ministro da saúde do governo Bolsonaro que esteve no epicentro e no pior momento da pandemia até então, e que poderia representar uma ameaça real caso depusesse na CPI, seria Pazuello.

No entanto Pazuello é um militar, e sob a autoridade dos militares no regime foi “blindado” pelos militares de prestar depoimento, onde o secretário geral do Exército assinou uma carta ordenando que Pazuelo não fosse questionado na CPI, mostrando o apoio dos militares ao governo Bolsonaro. Assim, ao invés de a burguesia controlar a CPI contra Bolsonaro, é este quem está domando a burguesia nessa CPI – que, ao que tudo indica, vai dar sim em pizza!

O cerco para as eleições de 2022 se fecha cada vez mais e Bolsonaro e Lula se firmam como os principais nomes para a disputa. Sem popularidade alguma, a saída que a burguesia tem é pressionar Bolsonaro para entrar em um acordo com a direita enquanto ameaça apoio a Lula. O que é importante no entanto é ter claro que o suposto apoio da burguesia a Lula é apenas uma manobra contra Bolsonaro.

As pesquisas, a imprensa golpista procuram mostrar que o centrão definirá a eleição de acordo com quem escolha apoiar. No entanto Lula é a última opção, é uma chance remota que receba o apoio da burguesia, que só aceitaria Lula se ele fosse o último candidato viável porque possui uma forte base trabalhadora que o pressionaria a não aceitar  a política burguesa de ataque ao povo que a crise atual requer para a manutenção da própria burguesia.

É por isso tudo  que para a eleição de Lula, até mesmo para que sua candidatura seja viável, é preciso mobilização. A única forma de garantir que a candidatura de Lula seja vitoriosa e de interesse dos trabalhadores é fazendo dele um candidato dos trabalhadores contra a burguesia, através de uma mobilização classista que imponha a vontade do povo diante da crise.

Os próprios trabalhadores veem em Lula um governo que atenda aos seus interesses imediatos como emprego, renda, comida, saúde etc, e é por isso que querem ele e estão dispostos a  se mobilizarem pela sua candidatura, transformando a candidatura de Lula em um amplo movimento contra a direita, a burguesia e o golpe e deixando claro que Lula é o candidato dos trabalhadores. São os trabalhadores que querem Lula, não a burguesia.

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