O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) de Fortaleza comunicou, neste domingo (05), a pré-candidatura de Luizianne Lins para o pleito das eleições municipais da cidade. Luizianne, que hoje atua como Deputada federal, já foi governadora do Ceará em dois mandatos seguidos, durante os anos de 2005 e 2013, e volta para a disputa local.
A candidatura buscará uma “frente das forças anti-bolsonaristas”, se colocando de maneira clara como força da esquerda na luta pela derrubada do governo da extrema-direita. Porém, segundo ela, há uma “dificuldade objetiva na aliança com o PDT”, partido que goza de base política aliada a velhas raposas do coronelismo local, sendo Ciro Gomes um dos principais representantes.
Camilo Santana (PT), governador do Ceará, defende uma unidade da esquerda para as eleições no estado, mas para ele isso significa a possibilidade de uma aliança do PT com o PSD, PCdoB, o PSOL e, sobretudo, com o PDT. Entretanto, este último vem desagradando completamente os setores mais combativos do PT, que, liderados por Gleisi Hoffmann e Lula na luta contra a direita, denunciam a política de colaboração da “frente ampla” com o governo Bolsonaro. O PDT, através de Ciro Gomes, é um dos principais representantes da “frente ampla” pela “defesa da democracia”. Diante dessa farsa, é preciso denunciar que a frente trabalha pela permanência do bolsonarismo.
Lula, sensível à polarização política, lançou mão da política do Fora Bolsonaro. Isto é, da expulsão da extrema-direita do poder, e a defesa de que não há outra saída política senão travar um enfrentamento contra os fascistas. A única solução é a derrubada de um governo de bandidos que massacram os trabalhadores para defender os ricos, vendem as riquezas do país e empurram a população para o abismo do coronavírus.
Nesse sentido, é tarefa da esquerda fortalecer essa postura “anti-Bolsonaro”. Esta é a postura de combate à “frente ampla” e tudo que signifique a permanência da direita. É a postura correta da esquerda, que abertamente coloca os interesses dos trabalhadores, isto é, da expulsão de Jair Bolsonaro e sua corja do poder. A classe trabalhadora está empobrecida e sabe que a extrema direita é a responsável por empurrá-los à miséria, à violência, os jogam à própria sorte durante a pandemia, vivendo às custas da boa vontade dos patrões. O número de trabalhadores desempregados, daqueles que vivem em torno do trabalho informal, de bicos e trocam sua dignidade por uma mixaria já são cerca de 100 milhões.
É preciso entender que figurões como Ciro Gomes trabalham para os empresários da direita, e é o suprassumo da política do centrão. Atuam no sentido de enganar os trabalhadores, calando a boca de Bolsonaro e aplicando silenciosamente a política de retirada de direitos, justificando que está criando empregos, sem ao menos criar novas vagas, novos investimentos. Essa é a política da frente ampla, com Temer e com FHC, que pediu “tolerância” com Bolsonaro, ou seja, à política de favorecimento aos patrões.
Enquanto Ciro Gomes se vende como esquerda, defende o “fica Bolsonaro” e aplica dura política de ataque à Lula e à esquerda. Chegou a declarar até que a prisão de Lula não tem nada a ver com as eleições. Ele mesmo que fugiu do Brasil em 2018, enquanto Lula enfrentou os fascistas e a justiça à serviço do golpe Estado. Ciro usa nomes como o de Leonel Brizola de propaganda para criar laços com setores populares, no entanto, sempre figurou entre partidos da direita como PSDB, PSB, PROS e etc. Nenhum deles declaradamente da esquerda, e não é diferente agora com o PDT, partido que entrou no financiamento dos empresários para a privatização da água. A postura de Ciro é de um abutre, demagogo.
Portanto, a postura correta é a do rompimento total com a direita, e o fortalecimento da luta pela expulsão do governo Bolsonaro, sem meios termos. Aliar-se PDT seria contribuir para a permanência do bolsonarismo, fazendo a política dos capitalistas, de massacre aos trabalhadores.