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PSOL e o apoio à repressão

Genro e a política de defesa da PM, máquina de guerra contra o povo

Deputa e e-candidata presidencial procura apresentar policiais como trabalhadores e atua na defesa do aumento da sua eficiência na repressão e massacre dos explorados

Em uma busca no Google com a expressão “deputada dos brigadianos”, a imagem da representante do PSOL na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Luciana Genro, aparece em mais de 50% das 10 primeiras postagens, tamanha sua identificação com a “causa” da defesa dos interesses dos policiais militares, dos integrantes da maior organização de extermínio e repressão da população pobre e trabalhadora do País, com mais de 5 mil mortos no ano passado (recorde cuja quebra já foi alcançada, de janeiro a outubro desse ano).

Ela não poupa esforços parlamentares, discursos e iniciativas para defender os que reprimem as greves dos trabalhadores, executam as desocupações dos sem terra, torturam, “julgam” e executam jovens e trabalhadores, em sua maioria negros, em todo o País.

O destaque dado à ação da deputada “socialista” se deve também ao fato de que, nos últimos dias – justamente quando a PM vem dando novas mostras de sua selvageria na guerra contra o povo trabalhador, como no recente caso de Paraisópolis -, Genro vem intensificando sua movimentação em torno de projetos de interesse dos brigadianos.

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A BM apoiada por Genro em ação contra os trabalhadores

Nesse “esforço”com claro intuitos eleitorais de conquistar o apoio de setores que apoiaram o golpe de Estado e foram base eleitoral do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, no último dia 5 (4 dias depois da chacina de Paraisópolis), a deputada publicou carta aberta dirigida aos agentes da Brigada Militar do Rio Grande do Sul (BMRS), que cumpre, no estado, o mesmo papel que a Polícia Militar. Na carta, Genro faz um breve relato de seu histórico como parlamentar e defende explicitamente as demandas dos brigadianos.

Luciana Genro explica que o governo do Rio Grande do Sul estaria prestes a aprovar um pacote de medidas contrárias aos interesses dos policiais militares, procurando semear a confusão de que os mesmos seriam uma espécie de categoria de trabalhadores, como todas as demais e não componente do aparato repressivo do Estado e dos patrões contra os trabalhadores, afirmando que:

“O governo Eduardo Leite repete a mesma tentativa de Yeda e Sartori: colocar a culpa da crise nas costas dos trabalhadores, preservando os interesses dos grandes empresários, dos sonegadores e poupando o governo federal de nos pagar o que deve. O pacote do governo Leite atinge de forma cruel as patentes da base da Brigada Militar. São os soldados os que mais irão sofrer com as medidas. Eles irão perder salário ao longo da carreira. Todos irão perder com as mudanças na previdência e o aumento da contribuição.

Por essa lógica da deputada psolista, escravos e capitães-do-mato; presos políticos da esquerda e torturadores; grevistas e forças de segurança; jovens mortos nas favelas e policiais etc. seriam todos “trabalhadores” e deveriam ser defendidos da mesma forma. o que não faz o menor sentido no mundo real, na sociedade de luta de classes em que os primeiros se enfrentam com os segundos que atuam como defensores e executores da política repressiva do grande capital e do seu Estado. Uma política que serve apenas para semear confusão e desarmar os explorados diante da repressão à serviço dos golpistas e repressores.

 

Uma política reacionária até a medula

 

Ao sair em defesa dos brigadianos, o que Luciana Genro está fazendo é nada menos do que defender a repressão do Estado contra os trabalhadores. Lutar para que os brigadianos tenham um salário mais alto é o mesmo que lutar para que os brigadianos tenham melhores condições de trabalho – isto é, que tenham melhores condições par reprimir se sintam mais motivados para cumprir as ordens que lhe são dadas contra o povo.

Aprovados no concurso da Polícia Civil também participaram da audiência e da reunião da Comissão de Segurança e Serviços Públicos | Foto: Guerreiro
Concursados da Polícia se reunem com Luciana Genro

Exigir melhores condições para os brigadianos é, portanto, fazer com que a máquina de repressão do Estado esteja funcionando perfeitamente. E essa máquina não é feita para reprimir o “crime”, como é dito pela imprensa burguesa, mas sim para reprimir as camadas mais desfavorecidas da sociedade burguesa: os trabalhadores.

A deputada também fez campanha a favor da contratação de mais policiais (concursados) e por novos concursos para engrossar as fileiras da repressão, no momento em que o Estado age cada vez mais contra os direitos democráticos do povo.

Não se trata, no entanto, de um caso isolado. A deputada e ex-candidata presidencial do PSOL (2014) vem apoiando os setores mais reacionários do aparato repressivo, como os integrantes da criminosa operação lava jato, responsável pela condenação fraudulenta e prisão ilegal por quase 600 dias do ex-presidente Lula (cuja liberdade ela nunca defendeu) e de outros presos políticos do regime.

Trabalhadores não, agentes da repressão

No fim de sua carta, Luciana Genro caracteriza os brigadianos como grandes “injustiçados”:

Não dá para exigir esse sacrifício dos Brigadianos, que estão nas ruas todos os dias combatendo o crime organizado e sujeitos à violência urbana. O que o governo Leite está propondo é uma injustiça para uma categoria que já trabalha muito e em condições precárias, com pouco efetivo. Uma categoria que está morrendo nas ruas, e que ainda terá seu salário rebaixado pelo governo.

Repete assim a mesma cantilena da direita e da extrema direita de que a polícia está nas ruas para “combater o crime”e reclama das “condições precárias” e “pouco efetivo” da repressão. Seguindo a política de outro líder do seu partido, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) que apresentou deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) propondo que as armas dos PM’s fossem submetidas a mais testes para evitar que, segundo ele, 25% dos tiros disparados falhassem. Na prática, defendendo o aumento da “eficiência” da Polícia que mais mata no País.

Os psolistas surge na disputa (eleitoral) com setores da direita que querem aumentar a matança da população trabalhadora na defesa dos interesses dos integrantes das forças de repressão que nada tem a ver com os interesses da imensa maioria da população pobre e trabalhadora, para quem quanto mais falhar os tiros da PM e quanto piores fores suas condições de trabalho, maior serão suas chances de sobrevivência, ante uma polícia que é uma máquina de guerra contra a população pobre, negra e a juventude.

Dizer que os brigadianos são “injustiçados”, na atual etapa, é um verdadeiro escárnio contra toda a população pobre. Desde o golpe de Estado, a população como um todo está empobrecendo, sendo demitida, sofrendo com a inflação e, como se isso não fosse pouco, sendo estraçalhada pela PM, que aparece como principal expressão da violência do Estado.

Se há policiais sendo mortos nas ruas, há muito mais trabalhadores morrendo pela política do governo Bolsonaro e pelos próprios policiais. Os brigadianos, por fim, não combatem nenhum “crime”, mas sim, quando muito, as manifestações inevitáveis da falência geral causada pela política neoliberal.

“Fazendo média” com a extrema-direita!

A defesa da PM, que é inimiga da esmagadora maioria da população, não é uma política que possa ser levada adiante pela esquerda. Tal postura revela, na verdade, uma política oportunista, que não serve aos trabalhadores, mas tão unicamente aos setores mais carreiristas e pequeno-burgueses do regime político, que procuram angariar alguns votos da extrema-direita.

Ao invés de pedir voto para os inimigos do povo, é preciso exigir a dissolução da PM, o armamento da população e a criação de milícias populares. É preciso, portanto, avançar na luta contra a extrema-direita, transformando a revolta já latente contra o governo Bolsonaro em uma insurreição contra o regime político. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

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