Na última terça (30), às sete horas da manhã, sem qualquer aviso prévio, dezenas de viaturas da Polícia Militar e da tropa de Choque do Paraná cumpriram uma ordem de despejo contra cerca de 300 famílias sem terra integrantes do acampamento Quilombo dos Palmares, no distrito rural Lerrovile, em Londrina-PR.
159 famílias estavam no local, sob forte pressão psicológica, os camponeses e camponesas desmancharam suas casas de madeira e reuniram o que construíram com muito esforço desde 2015, quando ocuparam a área. Ficou para trás a maior parte dos alimentos produzidos naquela terra, sustento para crianças, homens, mulheres e idosos que viviam ali.
O despejo foi o segundo ataque sofrido pelo MST em menos de uma semana. No último dia 22 de julho, de acordo com o jornal Resistência Camponesa, o acampamento Bela Vista, organizado pelo MST em Rio Pardo de Minas, no norte de Minas Gerais, foi atacado na noite de 18 de julho.
Segundo matéria do portal midia1508:
“Seis pessoas em três motos invadiram o acampamento, ameaçaram as famílias camponesas gritando “vamos matar todo mundo” e atearam fogo nos barracos. As famílias conseguiram se esconder no mato, mas tiveram todos os seus pertences destruídos. Segundo os acampados, uma moto com duas pessoas não conhecidas rodaram a área no período da manhã do mesmo dia.
Segundo a página do MST, ‘O acampamento possui 30 famílias, que estão na área desde fevereiro de 2017. A área era da fazenda Santa Bárbara, uma terra pública, registrada no nome do Estado de Minas e que estava sendo explorada irregularmente pela Gerdau. Trata-se de uma grilagem denunciada pelos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra da região. A empresa entrou com pedido de reintegração de posse, mas o Estado manifestou-se na justiça, reconhecendo a área pública, por isso as famílias continuam na posse da área’.
Os sem terra denunciaram ainda que ‘a conivência do Estado permitiu que a prática de pistolagem se tornasse comum e propagasse um triste histórico de violência na região’. O texto recorda que ’em 2009 houve em uma tentativa de massacre das famílias acampadas nas terras devolutas da fazenda Capão Muniz. A mando de Mario Nascimento Neto, 40 pistoleiros espancaram e torturam as pessoas. Felizmente ninguém foi assassinado na ocasião, mas até hoje o processo corre na justiça e a impunidade permanece’.”
Esse episódio é a prova do aprofundamento do golpe de Estado, do avanço da extrema direita no governos federal e estadual contra os trabalhadores do campo e da cidade. Ratinho Jr. é um governo bolsonarista, tal como Bolsonaro. É preciso defender o direito de auto defesa dos trabalhadores, especialmente no campo, uma vez que o Estado burguês não só não garantirá o direito à terra e a segurança dos trabalhadores, como será o 1º a violar esses direitos.