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Mais um engodo

Lockdown com transporte funcionando é farsa

As medidas para conter a disseminação do vírus somente podem ser efetivas com a interrupção do transporte público em todo o País

O Brasil é hoje o epicentro da pandemia mundial do coronavírus, só estando atrás dos Estados Unidos em número de mortos e infectados pela Covid-19, a doença que já ceifou a vida de mais de 330 mil brasileiros. Isso em números oficiais, pois é consenso entre a comunidade médica que devido à enorme subnotificação, certamente o país já ultrapassou com registros de óbitos que superam os mais de 400 mil, portanto, a caminho das 500 mil mortes no país. Isso por si só já transforma a catástrofe da pandemia na maior tragédia humanitária que o país já vivenciou. São números de  guerra para um país que não está em guerra, a não ser a guerra que os governantes travam contra a sua própria população, que a cada dia mais se vê mais desassistida pelo Estado, com centenas de pessoas morrendo nas UTI’s superlotadas, e também à espera destas, nas enormes filas para conseguir um leito para internação. 

Por mais de um ano, não houve, por parte das autoridades sanitárias, tanto por parte do governo federal e dos governadores estaduais,  nenhuma medida efetiva para enfrentar a pandemia. Suas ações se limitaram a medidas puramente políticas para não deixar o problema das infecções e das mortes se avolumarem, o que poderia causar um desgaste ainda maior, do ponto de vista político para os governantes. No plano federal, o governo não só desdenhou a pandemia, com o presidente fraudulento e golpista ironizando a doença e debochando dos doentes, como também não foram adotadas medidas para o enfrentamento efetivo da disseminação do vírus. Não foram abertos novos hospitais ou novos leitos, mesmo com o crescimento dos casos de infecção e mortes; não houve a contratação de mais profissionais para atuarem na linha de frente do combate à pandemia; não foram destinados mais recursos para a compra de equipamentos (oxigênio, máscaras, luvas, álcool, etc.), assim como os valores destinados ao auxílio emergencial para socorrer a população desempregada foram irrisórios, enquanto para os banqueiros e capitalistas os cofres do Estado sempre permaneceram abertos. 

O lockdown e o isolamento social sempre foram recursos muito limitados, que atingiram somente uma ínfima parcela da sociedade, a qual pôde ficar em casa. Para os trabalhadores e a maioria da população pobre  e explorada, a realidade sempre foi outra, muito diferente daquela desfrutada por um setor da classe média, que teve e vem tendo condições de realizar o isolamento social. Para os trabalhadores, a luta diária para chegar ao trabalho e assim garantir o sustento familiar, se transformou numa aventura para manter-se vivo, pois o transporte público nas grandes cidades (trem, metrô, ônibus e outros meios) sempre foram os locais de maior risco de contaminação pelo vírus, respondendo pela maioria dos casos de infecção que acometeram os trabalhadores.

Agora, depois de o País já ter alcançado a marca macabra das mais de 330 mil mortes (números oficiais) o governo federal, através do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga informou que tentará adotar medidas para, tentar minimizar o avanço da pandemia nos centros urbanos e entre a massa de brasileiros que faz uso do transporte público nas grandes cidades do País.

De acordo com Queiroga, “o objetivo é encontrar alternativas para que não haja aglomerações nos deslocamentos e, assim, evitar medidas restritivas mais duras”. O ministro bolsonarista – que substituiu o golpista general Pazuello, mas que ainda não disse a que veio – se refere às aglomerações ocasionadas pela superlotação no transporte público, tentando encontrar uma fórmula mágica que impeça a transmissão do vírus, mesmo sem interromper a principal fonte de contágio entre a população trabalhadora, que sempre foi a superlotação nos meios de transporte nos grandes centros urbanos. O que o ministro deseja, portanto, não é a interrupção da transmissão e, por consequência, evitar os novos casos e a superlotação dos hospitais, mas única e tão somente encontrar uma alternativa para preservar os interesses dos empresários que exploram o transporte público. É sabido que não há nenhuma outra alternativa para um lockdown efetivo e que verdadeiramente diminuia à transmissão se houver a continuidade do funcionamento dos meios de locomoção (transporte público), pois esse é o meio de contágio e expansão maior da doença. 

A decisão do ministro da Saúde, desta forma, é mais uma medida que buscar oferecer à população mais uma encenação grotesca, sem nenhum resultado prático, somente para fazer demagogia com o desespero das milhares de famílias que infelizmente ainda irão se infectar e morrer por falta de medidas efetivas de combate à pandemia, como a vacinação em massa da população; o fechamento das grandes empresas e fábricas, a suspensão das aulas em todos os estados; a concessão de um auxílio emergencial correspondente ao valor de um salário mínimo vigente; a abertura de novos leitos de UTI para o atendimento aos doentes que aguardam na fila por uma vaga nas enfermarias. 

Para verdadeiramente conquistar as medidas necessárias para impedir o avanço da pandemia no País, nenhuma confiança deve ser depositada no governo federal e nos governadores, que ao longo de mais de um ano nada fizeram para impedir a disseminação da Covid-19.. A população deve se organizar numa perspectiva própria, impondo suas reivindicações e suas necessidades através da luta e do enfrentamento direto com a burguesia genocida e golpista.

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