Nesta terça (6), o tuxaua da etnia Apurinã, Carlos Alberto Oliveira de Souza, de 44 anos, foi assassinado com mais de 10 tiros, no conjunto Cidadão 12, bairro Nova Cidade, zona norte de Manaus (AM). O indígena saiu de casa para comprar pão e caminhava na rua quando foi surpreendido por quatro homens a pé e encapuzados. Carlos Alberto ainda tentou fugiu, mas foi alcançado e atingido pelos criminosos com vários tiros na cabeça, pescoço, costas e braços, morreu no local.
Na fuga, os criminosos se dividiram. Dois entraram em um carro, de características não identificadas. Outros dois abordaram um sargento da Polícia Militar e roubaram sua moto. De acordo com o tenente Ricardo Lima, da 26ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), a moto foi recuperada depois de ser abandonada nas proximidades.
A perícia criminal do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) confirmou que a vítima foi atingida com mais de dez tiros, sendo a maioria na cabeça. Algumas cápsulas de munições e projéteis, além de um molho de chaves e camisas dos criminosos foram recolhidas no local.
“O meu marido sempre falava que estava recebendo ameaças de morte, mas nunca contava do que se tratava. A última ameaça aconteceu no sábado passado. Ele saiu de casa para comprar pães como fazia todo os dias. Minutos depois, vieram me falar que ele estava morto”, declarou Jussilene Ferreira da Costa, de 29 anos.
Já é a terceira vítima indígena da disputa pela terra só neste ano em Manaus. As autoridades do Estado burguês, como a polícia, não irão prover a segurança da população que luta por seus direitos, sobretudo no campo. É preciso defender a autodefesa imediata diante da direita fascista.