Na última terça-feira (9), a sessão da Comissão de Constituição de Justiça da Câmara dos Deputados, que discute a constitucionalidade da Reforma da Previdência a qual irá roubar o direito do trabalhador de se aposentar e os inúmeros benefícios previdenciários, foi suspensa. O motivo da interrupção deu-se porque o Waldir Soares de Oliveira (PSL-GO), deputado líder do partido do Bolsonaro (PSL) e delegado, estava armado em plena reunião com seus pares desarmados.
Isso ocorreu enquanto o relator da CCJ, outro deputado e delegado, o bolsonarista Marcelo Freitas (PSL-MG), começou a ler o parecer da Reforma da Previdência e simultaneamente a oposição estava questionando junto ao Presidente de CCJ, o bolsonarista Felipe Francischini (PSL-PR), do porquê das denegações das questões de ordem. Nessa confusão, o deputado do PDT-CE, Eduardo Bismark levantou a questão de ordem, denunciando que haveria alguém armado na Comissão – em referência ao delegado bolsonarista Waldir (PSL).
Questionado pelos jornalistas depois da sessão sobre o ocorrido, os bolsonaristas da CCJ alegaram que o delegado estava apenas portando um coldre vazio. Assim, procurado pela imprensa, o delegado Waldir mostrou o coldre vazio e fez uma provocação à esquerda, dizendo que “aqui é calibre 17”. Aconteceu, então, que o delegado fascista, no momento em que fora denunciado, tratou de entregar a arma de fogo a outro bolsonarista, conforme as declarações do deputado do PDT, Pompeo Mattos, que viu o artefato com o delegado bolsonarista.
Esse episódio retrata a política levada pela liderança da extrema-direita bolsonarista. Trata-se da imposição pela força, pelo terror, pela violência de qualquer proposta de lei levada para votação. A própria Câmara dos Deputados tem no seu Regimento Interno a expressa proibição e incrimina o porte de arma pelos congressistas nas reuniões, uma vez que alguém armado ameaça a integridade física daqueles que estão desarmados, além de prejudicar o direito do parlamentar exercer a livre-convicção no seu voto, já que a qualquer momento o fascista pode sacar a arma e atirar.
Para se ter uma noção, o número de delegados e policiais aumentou no Legislativo de 2014 até a última eleição de 2018 de 18 para 78 representantes. Nesse sentido, enquanto cresce a participação da extrema direita e de sua polícia nas casas legislativas, a esquerda pequeno-burguesa continua desarmada e defendendo o desarmamento da população em uma completa falta de senso de realidade e falta de compromisso com a defesa incondicional da classe trabalhadora.
Ora, se a polícia e os delegados da extrema-direita ostentam seu porte de arma e ameaçam deputados, senadores e vereadores, por que os representantes do povo, dos trabalhadores devem aceitar essa condição submissa? Na realidade, essa esquerda não quer defender o povo com todos os meios possíveis, ela quer manter somente à polícia, ao exército e aos delegados o direito de desfilar com suas armas e sua licença para matar o trabalhador pobre e negro.
O Partido da Causa Operária defende o armamento da população. Trata-se de um direito inalienável de auto-defesa contra as forças estatais que sistematicamente apontam suas armas para o povo. Enquanto os fascistas estão em posse das armas, haverá a repetição desses episódios condenáveis e a população mais pobre continuará sendo assassinada pelos fascistas “profissionais em segurança”.
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