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PCdoB quer unir-se ao centrão em frente de fachada contra Bolsonaro

Em texto intitulado Lições da luta contra a reforma da previdência, publicado pela redação do órgão do PCdoB, Vermelho, busca-se fazer um apelo para uma aliança entre a esquerda e o Centrão – formado pelos mais diversos partidos que foram linha de frente do golpe contra o PT.

Primeiro, para justificar esta aliança com os golpistas, a redação do Vermelho procura apresentar o Centrão como democrático, dizendo que no tema da “defesa do Estado Democrático de Direito, a extrema-direita tende a perder aliados e o campo progressista tende a ser reforçado com o centro político.”

Desta forma, como afirmam no início do texto que o Congresso tem “uma composição majoritária identificada com a pauta ultraliberal e neocolonial do dito superministro da Economia, Paulo Guedes”, o que o PCdoB procura dizer é que se pode ser “democrático” e ao mesmo tempo ser um selvagem neoliberal, à serviço dos banqueiros. Segundo eles, pode-se ser democrático e ao mesmo tempo votar uma reforma que retira o direito de aposentadoria de milhões de trabalhadores.

Mas o PCdoB procura explicar a democracia do Centrão, analisando de forma totalmente equivocada a luta entre os fascistas e o legislativo. 

“Não sem motivo, a extrema direita tem exercido forte pressão para que o seu método de governar dependa cada vez menos das regras legislativas.” E,”O presidente Bolsonaro tem abusado de decretos e medidas provisórias porque sabe que no parlamento suas propostas seriam duramente contestadas.”

Para eles, o Centrão seria uma força democrática que quer barrar as medidas “autoritárias” do governo Bolsonaro e por isso a extrema-direita tem feito um esforço para passar por cima do legislativo. Uma concepção totalmente errada, uma vez que todos os partidos que compõem o Centrão ajudaram Bolsonaro a se eleger diante da impossibilidade de um candidato próprio. Usaram o fascista Bolsonaro justamente para impedir o PT de ganhar as eleições, e participaram da fraude que retirou Lula assim como a extrema-direita, da mesma forma que votaram em conjunto todos os projetos para retirar direitos dos trabalhadores na Câmara.

Na realidade, o conflito existente entre Bolsonaro e o legislativo se dá no fato de que a burguesia golpista está em uma profunda crise política, gerada pela instabilidade e crise econômica do regime capitalista. Sendo o Centrão formado pelos mais diversos setores da burguesia, com seus mais diversos interesses, tem se tornado um empecilho para determinados interesses da extrema-direita e setores minoritários da burguesia que sustentam Bolsonaro. Simplesmente isso. Porém, no que diz respeito às pautas fundamentais do golpe, votam em conjunto para manter a sobrevivência do regime golpista, que é essencialmente antidemocrático. Portanto, não, o Centrão não é democrático, em nenhum aspecto possível, e nunca fortalece o “campo progressista”.

Mas o objetivo central do PCdoB em elogiar a escória política que é o Centrão se esclarece com o texto. O partido de esquerda busca uma aliança com estes partidos.

“A experiência na Câmara dos Deputados mostrou que a unidade, a flexibilidade, a sagacidade e a coragem política devem reger o enfrentamento ao rolo compressor governista.” E, “É, sem dúvida, uma engenharia de grande envergadura, que exige flexibilidade tática para encadear os objetivos sempre na perspectiva das soluções preconizadas, acompanhando as nuances de cada realidade.”

A “unidade”, que exige “uma engenharia de grande envergadura e flexibilidade tática”, pode ser explicada nos seguintes termos: unidade com qualquer um, inclusive os golpistas do Centrão, o que explica a “flexibilidade” necessária.

A tática, porém, de se aliar com os inimigos da população, gera dois grandes problemas: o primeiro deles é que, sendo inimigos, irão sabotar a Frente que se busca construir, tornando-se mais um inconveniente na luta contra Bolsonaro. Por exemplo, em uma suposta aliança com o PSDB, a luta pela liberdade de Lula, que é central para derrotar o golpe, não seria apoiada pela Frente para não desagradar os “aliados” tucanos. A luta contra a reforma da previdência também não passaria, já que o PSDB foi relator da reforma na Câmara e possivelmente será no Senado.

Desta forma, busca-se construir uma Frente de fachada, onde os pontos centrais não entram em discussão e procura-se denunciar o governo em pontos secundários sem maior importância para o desenvolvimento da luta política nacional.

Essa é a política proposta pelo PCdoB, que está em contradição total à política de luta contra o golpe – isto é, contra todos os ataques da direita à população, tanto do ponto de vista dos direitos democráticos, quanto do ponto de vista econômico, uma vez que estão destruindo o país e entregando-o aos banqueiros e capitalistas internacionais.

A política contra o golpe deve ser uma política de mobilização contra todos os golpistas, que estão juntos a Bolsonaro nos ataques contra o povo. A crise interna da burguesia deve ser aproveitada para impulsionar a mobilização dos trabalhadores e não para resgatar politicamente setores políticos desmoralizados da burguesia, travestindo de democráticos aqueles que apenas sabotarão a luta pelos direitos democráticos do povo.

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