Aconteceu o que, há tempos, se dizia aqui, contra a quase totalidade dos analistas políticos: Geraldo Alckmin, com latifúndio televisivo e tudo, acabou-se.
Quando alguém chega ao ponto de ser “espinafrado”, com aplausos, como ele foi ontem pelo indizível Michel Temer, é que está no chão, enlameado, transformou-se em traste.
Desde o golpe, Alckmin e o PSDB arrogante, trataram Temer como seu empregadinho, ao qual poderiam desprezar enquanto este os servia, dedicadamente.
“É o que temos”, pontificava o cínico Fernando Henrique Cardoso, no fundo sabendo que o que tinham para as eleições – Geraldo Alckmin – não serviria para enfrentar o pleito.
Nem mesmo uma eleição sem Lula, como planejaram.
Veio caça à novidade – Dória, Barbosa, Huck – mas o controle da máquina e o artificialismo das alternativas garantiu a sobrevivência do então governador paulista.
A televisão o salvaria, não o salvou.
O desespero mudou o eixo de seu discurso.
Esqueceram o “Preparado para o Brasil” que iria mostrá-lo como “gestor”, “experiente”e capaz.
E Geraldo Alckmin passou a se portar como aquilo que nem em delírios se pode achar que seja: um boxeador, distribuindo pancadas à direita e à esquerda, a Bolsonaro, a Temer, ao PT, a Lula…
Assim, recebeu agora este direto no queixo que, por vindo de um anão moral como Michel Temer, tem a força da desmoralização.
Mefistófeles veio cobrar ao Dr. Fausto seus favores e não faria mal a Temer recitar-lhe os versos de Goethe: “No fim sereis sempre o que sois./Por mais que os pés sobre altas solas coloqueis,/E useis perucas de milhões de anéis, /Haveis de ser sempre o que sois”.
Alckmin foi exposto no que é: parte integrante e inseparável do golpismo que levou Temer ao poder e o Brasil ao desastre.
O diabo dá seus favores, mas o inferno é seu preço.
Fernando Brito, editor do Blog Tijolaço (http://www.tijolaco.com.br/)