As ruas, praças e avenidas de todo o País foram novamente ocupadas neste dia 30 por centenas de milhares de manifestantes que, a exemplo, do dia 15 de maio, deixaram suas casas, locais de trabalho e estudo para dizerem ao governo fraudulento e golpista do ex-capitão Jair Bolsonaro e seu ministério patético e reacionário, que os trabalhadores, estudantes, aposentados, desempregados e todos os demais segmentos de explorados e indignados do País não mais estão dispostos a carregar nas costas o ônus da crise dos capitalistas falidos e dos empresários e banqueiros exploradores. Por esses e por dezenas de outros motivos (fraude eleitoral, destruição do ensino, da saúde, do meio ambiente, enfim, um ataque em regra contra a economia nacional e os interesses do povo trabalhador e do País) os milhões que ocuparam as ruas neste dia 30 exigem e disseram alto e em bom tom: FORA BOLSONARO e seu governo direitista, reacionário e obscurantista, de ataques à educação, ao conhecimento e à ciência.
Novamente não foram somente os estudantes, professores e funcionários das universidades que ocuparam as ruas e nem tampouco as reivindicações estavam limitadas às pautas educacionais, de defesa das instituições de ensino superior (pautas muito importantes, obviamente), mas o clamor popular se dirige muito mais ampla e claramente a uma luta contra o governo Bolsonaro, contra os ataques dos golpistas às condições de vida do conjunto da população, contra a carestia, contra o desemprego, contra a violência policial, contra a reforma da previdência.
Uma outra reivindicação que esteve presente de forma muito contundente neste dia 30 foram os apelos dos manifestantes pela liberdade do ex-presidente Lula. Lula foi encarcerado pelo regime golpista em abril de 2018, com um propósito muito claro, impedir a vitória da maior liderança popular do País nas eleições passadas, eleições fraudadas pela burguesia, o imperialismo e os golpistas para impedir a vitória de Lula. O resultado da manobra (que nós já denunciávamos nas eleições) foi a eleição de um governo improvisado, sem qualquer popularidade, produto da fraude e da grotesca manipulação da imprensa golpista, com o inestimável serviço prestado pelos tribunais de exceção em que foram transformadas as instituições jurídicas do país (TSE, TRF’s, STF, 13ª Vara de Curitiba, juízes e procuradores).
Em todo o país o que se viu foram centenas de milhares de manifestantes vestindo camisetas com a estampa do ex-presidente, com as frases “LULA LIVRE”, “LIBERDADE PARA LULA”, “LULA PRESIDENTE”. Muitas bandeiras e faixas também traziam o rosto do ex-presidente, com as mesmas reivindicações que apontam na direção da necessidade de se ampliar a luta pela imediata liberdade de Lula. Muitas das intervenções também extrapolaram as críticas aos cortes no orçamento das universidades e ganharam um claro contorno de enfrentamento contra o regime político burguês golpista, com os manifestantes aplaudindo as intervenções que pediam o FORA BOLSONARO.
Todas estas manifestações de radicalização que os atos nacionais estão assumindo, indicam uma clara tendência de luta do conjunto da população no sentido de chocar-se contra o governo e não somente a luta por reivindicações setorizadas, por mais importantes que elas sejam e que de fato são. No entanto, desde quando tomou posse, os usurpadores golpistas que estão no comando do país vêm cada vez mais perdendo o pequeno apoio e a artificial popularidade que detinham quando das eleições. A dura realidade do povo trabalhador e explorado deixou exposta a ferida do regime de exploração e miséria, representado do neste momento pelo governo Bolsonaro, que já não se sustenta nem mesmo entre os seus próprios apoiadores de outrora. Bolsonaro é hoje um cadáver insepulto que apodrece à luz do dia ante os olhos da população.
A lurta pela derrubada do governo fraudulento deve não somente ser intensificada como ampliada, incorporando outras reivindicações que estão entre as aspirações mais imediatas das grandes massas. Uma delas, que vem ficando explícita e muito claramente colocada é a luta pela liberdade do ex-presidente Lula, preso há quase 14 mneses pelos tribunais golpistas. É necessário intensificar a campanha para exigir a liberdade de Lula e de todos os presos políticos do regime de exceção, dos tribunais compostos por juízes direitistas, reacionários e bolsonaristas.
A GREVE GERAL marcada para o dia 14 de junho deve, neste sentido, assumir claramente um caráter de luta e enfrentamento contra Bolsonaro e todo o edifício podre e golpista que lhe dá sustentação. Todas as energias e esforços devem estar centrados na luta para fazer deste o dia mais importante no enfrentamento contra o governo Bolsonaro e suas medidas antipovo, de ataque à soberania nacional, contra os ataques às condições de vida da população. Todas as entidades locais, regionais e nacionais devem estar com seus esforços direcionados para mobilizar os trabalhadores, os estudantes, os camponeses, os aposentados, os negros, as mulheres, os indígenas e todas as demais camadas exploradas da sociedade que neste momento sofrem na pele o resultado da política criminosa dos golpistas, da burguesia e do imperialismo.