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Às avessas

Líbano: se o PSTU diz que é revolução, então é porque é golpe!

Partido morenista ficou conhecido por apoiar golpes na Ucrânia, no Brasil, no Egito, na Venezuela, na Nicarágua e em tantos outros países

Até mesmo os mais inexperientes em política costumam ver com desconfiança uma explosão da magnitude que foi registrada no porto de Beirute, no Líbano. A prudência, contudo, aconselha a não acusar ninguém sem provas. Mas se não há provas de quem está envolvido na explosão, os acontecimentos posteriores demonstraram que o imperialismo pretende tirar o melhor proveito possível do ocorrido. E, se ainda pairava no ar alguma dúvida de que há um golpe em curso, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), uma espécie de antibússola do movimento operário mundial, acabou com o suspense.

Isso porque o PSTU já é conhecido por apoiar — e de maneira bastante entusiasmada — todas as iniciativas golpistas do imperialismo contra os governos nacionalistas. No Brasil, o PSTU lançou a palavra de ordem de “fora todos”, contribuindo com a campanha pela derrubada de Dilma Rousseff. Na Venezuela, o grupo morenista insiste em defender a derrubada do governo Maduro. Na Ucrânia, onde há hoje uma ditadura de tipo nazista, a legenda diz que houve uma revolução. Quanto à Nicarágua, onde o sandinismo está sob constante ameaça da burguesia mundial, um dirigente do partido ganhou espaço na imprensa burguesa para atacar o governo de Daniel Ortega. E os casos não param por aí…

No caso do Líbano, o PSTU publicou, em seu sítio, um artigo da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI), defendendo a derrubada do governo. O texto, intitulado “Abaixo o regime sectário burguês! Trabalhadores e o povo ao poder!”, não apresenta grandes novidades do ponto de vista da política tradicional do morenismo. Apenas reforça, por meio de uma mistura vulgar de reivindicações distorcidas do movimento operário com uma análise ultra-sectária da situação no Oriente Médio, o caráter pró-imperialista da política do PSTU.

As propostas pseudorrevolucionárias, que procuram se dirigir aos trabalhadores, estão relacionadas à organização do povo libanês: “os trabalhadores e o povo têm que construir conselhos operários e populares eleitos democraticamente em todo o país para lutar pelo poder”,”os conselhos operários e populares têm que organizar a auto defesa das manifestações e dos bairros populares”, “os conselhos operários e populares têm que convocar os soldados e policiais a se recusarem a reprimir as manifestações e a organizar conselhos de soldados para garantir a revolução”, “é preciso ampliar a mobilização em Beirute e retomá-la em todo o país”. O problema é que, por trás do método supostamente “revolucionário”, não há um fim, de fato, revolucionário. E o que produz os meios são os fins, e não o contrário.

Comprovamos isso facilmente. Ora, se o PSTU, ou qualquer outro partido, propor a formação de conselhos em bairros populares para lutar em nome do veganismo, jamais terá sucesso. Por outro lado, se, em uma situação de crise, uma organização fizer uma propaganda contra a política genocida da direita, os conselhos de bairro para enfrentar a burguesia surgirão quase que espontaneamente.

É o que acontece nesse caso. O PSTU não apresenta uma proposta concreta para o povo libanês e, portanto, seu programa não é, em medida alguma, revolucionário. A incapacidade dos morenistas de enxergar as coisas como são, e não com base nas suas impressões, é a prova de que, como um agrupamento tipicamente pequeno-burguês, são manobrados facilmente pela classe dominante. A cegueira do PSTU, que não consegue ter um programa verdadeiramente classista, é tanta que se abstém de compreender os motivos mais caros à classe operária libanesa.

Muito mais do que o PSTU, o povo libanês compreende, à sua maneira, que o maior entrave para o desenvolvimento do país é a presença do imperialismo. Foi o imperialismo, inclusive, que fomentou a guerra civil que o país viveu entre 1975 e 1990. E é justamente por isso que a luta do povo libanês, neste momento em que Israel procura invadir seu território e que os Estados Unidos e a União Europeia buscam anular a sua capacidade bélica para transformar o Oriente Médio em um verdadeiro “bordel”, deve ser a luta contra o imperialismo.

Mas o PSTU não só é incapaz de se voltar contra o imperialismo como, no final das contas, se coloca ao lado deste em sua luta para alcançar seus objetivos. Se o PSTU defende que o governo libanês deve ser derrubado, defende, portanto, que o imperialismo encontre um caminho mais fácil para interferir no país.

No final das contas, a política do PSTU em relação ao Líbano e aos demais países onde houve golpe é uma política sectária porque não consegue distinguir outras cores além do preto e do branco. Coloca no mesmo saco o imperialismo e a burguesia nacional dos países atrasados. E, na medida em que não compreende que os governos nacionalistas são apoiados por um setor expressivo dos trabalhadores, e que esses governos possuem uma grande contradição com o imperialismo, acabam tendo como única política a frente única com o imperialismo.

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