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Lembre-se: Bolsonarista indicado para INCRA ameaça sucessor de Dorothy Stang

Ao estilo lava jato, Padre Amaro, sucessor da Irmã Dorothy na luta pela terra, sofre há 1 ano com perseguição política sob acusação de liderar uma organização criminosa destinada a invadir as terras em Anapu-PA. O madeireiro Silvério Fernandes, envolvido no caso que ficou conhecido na década de 1990 como Máfia da Sudam, é o principal articulador da campanha acusatória e foi cotado para comandar o Incra da região do Xingu no governo golpista de Bolsonaro.

O governo golpista ao indicar o madeireiro Silvério Fernandes para comandar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) da região do Xingu (Pará) demonstra que a política de estado para o próximos período será de grande ataque aos movimentos dos sem terras.

O latifundiário é o principal articulador da perseguição política que Padre José Amaro Lopes de Souza sofre há 1 ano, no estilo Lava Jato, é acusado de liderar organização criminosa destinada a invasão de terras. Padre Amaro, sucessor de Irmã Dorothy, assassinada em 2005, ficou preso por 92 dias, vítima de ataques difamatórios e de ameaças. O centro deste conflito é o lote 44, área equivalente a 3 mil campos de futebol que está em disputa judicial.

Silvério Fernandes é presidente do Sindicato Rural de Anapu, esteve envolvido no esquema conhecido como Máfia da Sudam no final da década de 1990 e condenado a pagar multas de 28 milhões. O vice-prefeito eleito de Altamira, em chapa encabeça por tucano, em 2008, foi candidato a deputado estadual derrotado, nas últimas eleições, e um dos principais cabos eleitorais de Bolsonaro. A cidade contou com outdoor de agradecimento pelos votos conquistados e fotografia deles abraçados.

A história da Família Fernandes e seus conflitos em Anapu começam na década de 1970 com a “compra” de terras que haviam sido conquistadas pelos trabalhadores, em pleno governo dos militares, entretanto, os títulos de posse concedidos eram provisórios e seriam efetivados desde que as propriedades se tornassem produtivas, o que não aconteceu. Assim, aqueles que se diziam donos dessas terras deram início as vendas e os principais compradores, entre eles a família Fernandes, começaram a derrubada da floresta e a extração de madeira.

Em 2003, foram oficializados os primeiros assentamentos de trabalhadores rurais, e dois anos depois, Dorothy Stang, missionária estadunidense que veio para o Brasil em 1983 com objetivo de lutar por essas terras para a reforma agrária, foi assassinada com seis tiros. Irmã Dorothy teve sua morte encomendada por Regivaldo Pereira de Souza, o Taradão, que “comprou” um terreno da família Fernandes, que estava compreendido no projeto de reforma agrária de Dorothy, e Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, que “comprou” o terreno de Taradão. Délio Fernandes, irmão de Silvério, que escondou Taradão em sua fazenda após o crime, não foi sequer julgado por participação na morte da missionária.

Em outubro de 2016, os trabalhadores que estavam acampados na fazenda Santa Maria, tiveram suas barracas incendiadas. Os irmãos Silvério e Luciano Fernandes dizem que são donos do lote 44 e foram denunciados ao Ministério Público pelo atentado. A posse desta área, equivalente a 3 mil campos de futebol, está em disputa na justiça de Altamira que acatou o pedido do Incra e do Ministério Público Federal de destinação para a reforma agrária, mas a família Fernandes recorre a decisão.

Em março de 2017, Márcio Rodrigues do Reis, o principal acusador dos incendiários, foi preso por invasão de propriedade e porte de arma enquanto tentava reconstruir o acampamento, Silvério acompanhava a operação policial.

Em janeiro de 2018, Valdemir Resplandes dos Santos, que também acusava os Fernandes pelo incêndio, foi assassinado assim como dois familiares dele e uma testemunha do crime. Nós últimos três anos, uma cruz vermelha cravada no chão, ao lado da sepultura de Dorothy Stang, coleciona 16 nomes de trabalhadores rurais assassinados.

Padre Amaro, esteve ao lado da Irmã Dorothy desde 1998, é membro da Comissão Pastoral da Terra – CPT e braço direito da igreja católica na articulação com trabalhadores rurais. A operação “Eça de Queiroz”, referência ao escritor da obra “O crime do padre Amaro”, resultou na prisão do padre em março do ano passado, que teve habeas corpus aceito em junho do mesmo ano de 2018. Amaro esteve 92 dias na mesma prisão onde está o Taradão. Por isso, desconfia que armaram para matá-lo. O Padre diz temer caminhar sozinho e não esconde angústia sobre seu futuro incerto.

Amaro é vítima de perseguição política, acusado de crimes de associação criminosa, ameaça, extorsão, invasão de propriedade e lavagem de dinheiro. Ele ainda deverá ser interrogado mais uma vez este ano e sentenciado. O Padre diz que após o término do processo pedirá danos morais.

Ao invés de assassiná-lo, encontraram uma forma de desmoralizá-lo atacando sua imagem e criminalizando-o e, assim, conseguirem retirá-lo do município de Anapu”, declara, em nota, a CPT.

Diante do abuso de declarações fascistas de que é preciso combater os criminosos invasores de terras e de que Anapu virou lugar de bandidos, é urgente a organização de comitês de luta e de autodefesa tanto no campo como na cidade. Os trabalhadores do campo precisam se organizar e não podem permitir que o Padre Amaro se torne um preso político. É preciso que os trabalhadores se mobilizem e mostrem grande força. NÃO A PRISÃO DO PADRE AMARO!

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