Após a invasão do Capitólio pelos apoiadores de Trump, o principal setor do imperialismo, cujo senhor da guerra Joe Biden é o maior representante, decidiu impor uma ditadura ainda mais ferrenha nos EUA. Uma nova lei anti terrorismo interno esta sendo articulada, ainda pior do que aquela imposta no governo Bush, usando como base a repressão a extrema direita mas que na realidade esta voltada a reprimir a classe operária e suas organizações. O regime político dos EUA tende cada vez mais ao fascismo ironicamente sob o comando daqueles que se proclamam “anti fascistas” como Biden, os demais democratas e os republicanos tradicionais, que são atualmente seus aliados.
Já no dia 12 de janeiro, ainda durante o governo Trump, poucos dias antes de se iniciar seu projeto de impeachment e seis dias depois da invasão do capitólio, foi lançado um projeto de lei para expandir as pastas de combate ao “terrorismo doméstico” dentro do FBI,do Departamento de Justiça e do Departamento de Segurança Interna para “analisar e monitorar atividades de terrorismo interno” e exigir “ações preventivas” do governo federal. A lei que ficou conhecida como “Ato de prevenção do terrorismo doméstico de 2021”, é um absurdo completo que irá intensificar o já colossal aparato repressivo dos EUA, ou em outras palavras, aplicar os métodos usados no Iraque por exemplo, dentro de solo norte americano.
O projeto se inicia voltado a convencer a esquerda de que aumentar o aparato repressivo do Estado é o caminho para salvar a “democracia”, um argumento que vem sendo usado tanto nos EUA quanto no Brasil. Assim diversos artigos da lei são relacionados a repressão dos supremacistas brancos e neonazistas, um dos setores de base do governo Trump e que atualmente, da mesma forma que o ex presidente são usados de espantalho para que a direita tradicional representada por Joe Biden imponha sua política. Sobre isso é essencial compreender que a burguesia somente irá reprimir as organizações fascistas quando for algo de seu interesse, quando achar que a melhor forma de controlar a situação não é por estes meios. Contudo caso ache necessário irá rapidamente financiar e lançar as hordas fascistas contra a classe operária como já o fez diversas vezes desde que aprendeu a utilizar esse método na Itália.
Após a demagogia sobre a repressão aos fascistas, o projeto de lei, que é fascista por si só, se revela. Os “crimes de ódio” também serão considerados terroristas e sujeitos ao mesmo tipo de repressão. Ora a partir deste ponto a lei se torna completamente subjetiva e abre um precedente para a repressão de quase toda a população, afinal qual o ser humano que nunca sentiu e expressou ódio, não é algo natural do trabalhador odiar o patrão, dos imigrantes odiarem as patrulhas fascistas de deportação instaladas no governo Obama, dos negros odiarem a policia que os assassina todos os dias? De acordo com o código civil a definição de “crime de ódio” inclui “interferir” ou “intimidar” pessoas devido a cor, religião e nacionalidade. Não é difícil imaginar o precedente que ela abre para reprimir os trabalhadores como um todo e agora de forma ainda mais intensa.
Talvez o pior da lei em si não seja o que ela considera como terrorismo mas o que ela se propõe a fazer devido a existencia desse “terrorismo doméstico”, isto é, aumentar absurdamente todo o aparato de repressão do Estado norte americano, que já é o maior de toda a história da humanidade. Dentre os orgãos criados estão a “unidade de terrorismo domestico” a “seção de terrorismo domestico” e a “seção de terrorismo domestico do FBI” que irão empregar milhares de burocratas sob comando da burguesia imperialista com o único objetivo de reprimir seus inimigos, ou seja, a classe operária. Nem no governo de nazista de Hitler o aparato de repressão chegou ao tamanho atual do existente nos EUA e é muita ingenuidade acreditar que um genocida como Joe Biden não estaria disposto a fechar o regime caso aconteça uma enorme convulsão social.
Na realidade o imperialismo já prevê as tendências de mobilização revolucionárias das massas devido a gigantesca crise econômica que tende a ficar cada vez pior e que irá esmagar cada vez mais a classe trabalhadora visto que esta é a própria política dos monopólios imperialistas para salvar seus lucros a qualquer custo. O que se viu após o assassinato de George Floyd no ano de 2020 é apenas uma amostra das tendencias a gigantescas mobilizaçãoes que são geradas pela crise do capitalismo internacional, que caminha para ser pior que a de 1929, ou seja, a pior da história.
A esquerda dos EUA e de todo mundo precisa compreender que o aparato repressivo do Estado burguês serve justamente a classe que o domina, a burguesia imperialista, representada por Joe Biden, que é a maior inimiga da classe operária internacional. Quaisquer medidas repressivas sempre se voltarão contra os trabalhadores, mesmo que sejam aplicadas em nome do anti fascismo. Qualquer lei repressiva imposta pelo Estado norte americano, maior baluarte da contra revolução mundial, independente de qual seja a justificativa dada, é um avanço na direção do estabelecimento de um regime fascista. Seja pelas mãos dos brutamontes como Trump e Bolsonaro seja nas mãos dos “democratas” como Biden e Dória.
