O Partido da Causa Operária (PCO) sempre denunciou que quase todos os partidos burgueses e pequeno-burgueses não passam de legendas de aluguel, sem programa ou política definidos. Mais do que isso, também não é nova a denúncia de que os candidatos, em sua grande maioria, não passam de aproveitadores que tentam garantir cargos públicos às custas da confiança do povo.
Levantamento do golpista G1, a partir dos dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), chegou ao resultado de que dois terços (66%) dos candidatos das eleições de 2016 trocaram de legenda para 2020, isto desconsiderando trocas de nomes e fusões de partidos. Isto mostra que claramente que as eleições são uma grande fraude feita para enganar o povo.
A grande maioria dos candidatos nem conhece seu partido direito, apenas o usando como um meio de concorrer às eleições. São candidatos de si, ou seja, trabalham em prol de si mesmos e de conseguirem algo para si e não para o povo.
Partidos da direita como Dem, PP e PSD “ganharam” entre três e quatro mil candidatos de outras legendas. O resultado é fruto tanto da visão dos candidatos aproveitadores em achar que estes partidos são bons espaços para votos quanto de uma política de rapinagem destes e outros partidos. É comum que os partidos burgueses utilizem todos os seus recursos para “contratar” candidatos de outras legendas que consigam “puxar votos”. Alguns destes candidatos certamente não conseguirão cargo algum, mas seus votos contarão para eleger antigos caciques e coronéis.
O sistema partidário brasileiro é um câncer na vida política do país, pois torna os partidos e, por conseguinte, as eleições em um grande balcão de negócios. Candidatos trocam de partido como trocam de roupas e os partidos estão sempre em busca de novos candidatos para seu plantel, como se fosse um time de futebol a contratar jogadores.
Para os próximos anos, a situação tende a piorar, pois com o aprofundamento das regras eleitorais antidemocráticas, os partidos serão obrigados, cada vez mais, a recorrerem a estas práticas para terem tempo de televisão e rádio e acesso ao fundo partidário.
O resultado é a completa despolitização do pleito e o fortalecimento de campanhas personalistas, onde o voto é dado, pelo eleitor, fragilizado pela crise econômica, com base no pensamento “voto no que pode me conseguir alguma coisa”. Tem-se aí terreno fértil para aproveitadores e exploradores, que buscam manter a população sob seu jugo.
Em contrapartida a isto tudo, o PCO, entra nas eleições para fazer uma campanha de partido. Neste tipo de campanha, os candidatos são representantes de um programa unificado, criado democraticamente, e não de um projeto pessoal. Isto significa, também, a centralização dos recursos de campanha, o que torna inexistente outra prática comum aos partidos burgueses, de dar exorbitantes recursos a uns candidatos e migalhas aos demais. Além disto, impede que candidatos operários fiquem em desvantagem em relação a candidatos com melhores condições financeiras, pois o candidato não pode se autofinanciar nem pedir contribuições para si.
Portanto, a campanha do PCO nestas eleições vai além do Fora Bolsonaro e da luta pela candidatura de Lula, mas também pelo fim do sistema fraudulento, que torna as eleições um grande mercado de negócios.