O estado do Alabama nos EUA é o que tem uma das leis anti-aborto mais rígidas do país. Aprovada em maio, a lei proíbe o aborto em todos os casos, com exceção do caso em que a mãe corre risco de vida. Até mesmo em casos de estupro ou incesto, a prática do aborto é proibida, independente do mês de gestação.
Junto com isso, o estado permite que o estuprador tenha a guarda da criança gerada através do estupro. Também em maio, alguns congressistas tentaram aprovar um projeto de lei para acabar com os direitos paternos em casos de estupro, porém essa parte do projeto de lei foi removida, reduzindo a lei a casos em que pais abusam sexualmente de seus filhos.
Militantes pró-aborto afirmam que 3 em cada 4 casos de estupro nos EUA não são reportados. Uma estimativa do grupo de advocacia sem fins lucrativos, a Rede Nacional de Estupro, Abuso e Incesto (Rape, Abuse and Incest National Network, RAINN), diz que menos de 1% de todos casos de estupro levam a condenações criminais com cárcere.
De acordo com Maralee McLean, autora de Prosecuted, But Not Silenced: Courtroom Reform for Sexually Abused Children (livro sem versão em português), 90% dos casos de estupros são cometidos por agressores conhecidos por suas vítimas, por isso não é incomum que o estuprador procure envolvimento na vida da vítima e da criança.
Todos esses acontecimentos indicam o avanço da extrema-direita contra as mulheres. Um caso similar acontece no Brasil com a entrada do governo Bolsonaro, sua ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, é contra o aborto em todos os casos e do “bolsa-estupro”, uma ajuda de custo paga pelo próprio estuprador para as mulheres que forem vítimas de estupro.
É necessário barrar a ofensiva fascista contra as mulheres no mundo todo. O PCO defende a legalização do aborto, sendo esse feito em condições dignas – não em verdadeiros açougues, as ditas clínicas clandestinas – e pela rede de saúde pública para que a mulher tenha autonomia e controle sobre o próprio corpo.