O sítio GGN destacou uma falácea provocada por matéria veiculada pelo jornal O Globo nesta segunda (9), quando, deturpando os fatos por não dar todas as informações, ela noticia que a Lava Jato “recuperou” para a Petrobras, nos últimos cinco anos, cerca de R$ 4 bilhões com acordos de leniência, delação premiada, renúncias voluntárias e ajustamento de conduta.
Mas, como a mentira tem pernas curtas, não foi difícil constatar a armação, depois que, no Twitter, o procurador de Curitiba Roberson Pozzobom soltou a informação que, também por causa da Lava Jato, só nos Estados Unidos, a Petrobras perdeu um total de 3,8 bilhões de dólares, o que, pelo câmbio atual, equivale a R$ 17,8 bilhões, ou seja, mais de quatro vezes o valor que, segundo a Lava Jato, foi recuperado até agora.
Como é fácil de concluir, com base nas ações empreendidas pela Lava Jato e que envolveram delação premiada de ex-diretores da Petrobras, a estatal foi alvo de uma ação coletiva nos Estados Unidos, e teve de desembolsar, a título de reparação aos acionistas estrangeiros, exatamente 2,95 bilhões de dólares em um acordo feito em janeiro de 2018.
A destruição da indústria nacional, uma das importantes tarefas desenvolvidas pela Lava Jato foi objetivamente pensada pelo imperialismo norte-americano para ruir a esquerda e introduzir o golpe de Estado de 2016. E o ponto crucial desse plano levou em conta o necessário ataque à Petrobrás, a alavanca a partir da qual os governos petistas procuraram dinamizar a economia. Não é por outro motivo que os ataques a Petrobrás produziram as cifras astronômicas de quase 600 mil postos de trabalhos diretos fechados de lá para cá.
Associado ao ataque contra a Petrobrás, também se previu o efeito cascata e reflexos negativos noutros setores o que ajudaria a derrubada do governo com uma grande crise, mas que, em vez de responsabilizar a Lava Jato e os golpistas pelas consequências, com o ataque incansável da mídia tendo à sua frente a Rede Globo, com uma forte campanha caça aos corruptos, o PT foi fortemente atingido.
Grandes empresas nacionais como a Odebrech e a OAS estavam vinculadas às construções de grandes empreendimentos de expansão da Petrobrás, como os pólos petroquímicos, as plataformas de petróleo para atender o pré-sal e, ainda, a construção naval, um sub-ramo da construção civil. Todos esses setores sofreram drasticamente as consequências da política impulsionada pela Lava Jato.
O relatório do próprio Tribunal de Contas da União é conclusivo e corrobora com o entendimento acerca da desastrosa tarefa de quebrar o país empreendida pela Lava Jato. Segundo o relato da auditoria operacional, o Brasil teve 14.403 obras paralisadas ou inacabadas. E continua: “Entre outros efeitos negativos, podem ser citados os serviços que deixam de ser prestados à população, os prejuízos ao crescimento econômico do País e os empregos que não são gerados. São mais de R$ 132 bilhões que deixaram de ser injetados na economia. Apenas no tocante aos recursos destinados às creches do Programa Pro-infância, 75 mil vagas deixaram de ser criadas e oferecidas à população”.
A recuperação da economia, e que implica uma série de fatores, tem como tarefa principal a retirada desses golpistas da direção do país para que possamos retomar o crescimento, fortalecer o parque industrial e com ele o mercado interno. E não existe outra forma de fazer isso, pois, qualquer outra alternativa passaria por uma negociação com a direita o que nos colocaria a reboque dela exatamente quando há uma necessidade de recompor a vida da classe trabalhadora com a retomada de regras de aposentadoria e das relações de emprego mais favoráveis, revertendo por completo as reformas realizadas, assim como as privatizações.
Só há uma política que vá nessa direção: o Fora Bolsonaro e anulação de todos os processos lavajateiros e o fim dessa farsa.